Em entrevista ao Journal du Dimanche, o chefe da diplomacia francesa, Jean-Marc Ayrault, declarou: "só é preciso ver para que candidatos, Marine Le Pen (ultradireita) ou François Fillon (direita), a Rússia manifesta as suas preferências na campanha eleitoral francesa; enquanto Emmanuel Macron (centro-esquerda), que tem um discurso muito europeu, sofre ciberataques. Esta forma de ingerência na vida democrática francesa é inaceitável e eu denuncio-a".
"A Rússia é a primeira a lembrar que a ingerência nos assuntos internos é um princípio fundamental da vida internacional, o que eu entendo. A França não aceitará, nem os franceses aceitarão, que lhes ditem suas eleição", acrescentou o ministro.
Na quarta-feira, na tribuna da Assembleia Nacional, Ayrault já havia advertido que Paris "não aceitará nenhuma ingerência no processo eleitoral", em forma de ciberataques ou divulgação de informações falsas, vindas especialmente da Rússia.
Em 2017, realizam-se várias eleições de grande importância na Europa, principalmente na Alemanha e na França. Vários especialistas, responsáveis pelos serviços de informação e responsáveis políticos acusam Moscovo de querer, através de ciberataques e campanhas de desinformação, influenciar os resultados.
O Conselho de Defesa francês irá realizar na próxima semana uma sessão extraordinária, promovida pelo presidente François Hollande, para reforçar as medidas de proteção contra este tipo de ameaça.
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