Jerónimo de Sousa falava durante o discurso com que encerrou a festa/comício da Coligação Democrática Unitária (CDU), nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Loures, na qual participaram vários candidatos da organização partidária.

Para o secretário-geral do PCP, os últimos quatro anos foram uma lição para os que se habituaram a afirmar que o PCP e a CDU “só serviam para protestar”.

E acrescentou: “Esses, não nos perdoam cada proposta, cada conquista alcançada”.

Mas Jerónimo reconheceu que não é possível baixar os braços, principalmente perante a ameaça do PS, “de mãos livres para fazer entrar pela porta grande a política de direita”.

As eleições marcadas para 6 de outubro serão, assim, determinantes para definir “quem ganha com a nova composição da Assembleia da República: o povo ou os banqueiros?”.

Jerónimo de Sousa aproveitou para enumerar algumas das conquistas alcançadas nos últimos anos e que, na sua ótica, teve o contributo do PCP e da CDU, como a gratuitidade dos manuais escolares, a reposição das 35 horas de trabalho semanal, a reposição do subsídio de Natal, uma “conquista de Abril”, ou dos feriados.

Apresentou-se, por isso, como um líder de um partido com “o dever cumprido” e aproveitou a apresentação do hino da CDU para esta campanha, intitulado “pelo sonho e pela razão”, para afirmar que “são muitos, mas mesmo muitos”, os que acreditam na importância de uma solução que combata as políticas de direita no Parlamento.

Insistiu na consignação de 1% do orçamento do Estado para a cultura, creches gratuitas para todas as crianças até aos três anos de idade e o aumento das pensões dos reformados.

Antes, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, tinha já aflorado a ideia de que os quatro anos de “geringonça” revelaram a importância do papel da CDU na maioria parlamentar, criticando os que nunca deixaram de afirmar que os comunistas só criticavam, sem apresentar propostas.

Por seu lado, a candidata e dirigente do partido Os Verdes Mariana Silva focou as suas preocupações nas questões ambientais, defendendo a aposta na ferrovia e, como exemplo local, a chegada do metro a Loures.

A festa/comício começou com o desfile de alguns dos maiores sucessos do cantor Paulo de Carvalho, que participou na elaboração do hino da CDU, o qual tem a letra de João Monge.

Animados, os militantes e apoiantes da CDU que enchiam o recinto acompanharam as cantigas de Paulo de Carvalho, interrompendo-o várias vezes com frases como “fascismo nunca mais, 25 de Abril sempre!”.

O cantor agradeceu e reiterou o desejo, lembrando alguns dos maiores cantores da resistência, como Ary dos Santos ou Zeca Afonso.

Jerónimo de Sousa, que assistiu apenas às últimas atuações de Paulo de Carvalho, cantou e mostrou-se encantado com a performance do cantor, que sempre se manifestou um apoiante da CDU, e que terminou o espetáculo com o emblemático “E depois do Adeus”, senha que assinalou o início das operações que conduziram à revolução dos cravos, a 24 de abril de 1974.

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