“Para dar sorte”, comentou um dirigente do CDS local, depois de recordar que a mesma praxe dos visitantes às caves, como o atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o seu antecessor Cavaco Silva.

Apesar da surpresa e do “banho”, Cristas confessou que não estava à espera e ficou molhada, no cabelo e no blusão, quando foi feito desarrolhamento de uma garrafa.

“Tenho direito acrescido na qualidade de confreira do espumante”, comentou aos jornalistas, a meio da visita guiada no final de uma manhã marcada pelas fortes acusações ao PS e ao Governo, de “encobrir criminosos” e impedir “a justiça de funcionar”, na sequência da acusação ao ex-ministro da Defesa Nacional Azeredo Lopes no processo de Tancos.

O dia começou de manhã em Lamego com uma visita ao mercado, onde o líder da concelhia local, José Pinto, não se cansou de pedir aos ciganos para “pôr esta ciganada toda a votar no CDS”.

“Tu põe-me esta ciganada toda a votar CDS”, ia pedindo, aos vendedores, José Pinto, a acompanhar a líder, Assunção Cristas, e o candidato centrista por Viseu, Helder Amaral, por entre bancas de t-shirts, sapatos, meias, cuecas, tapetes e artigos para a agricultura, numa manhã com muito sol, mas poucos compradores porque, segundo um membro da comitiva, “as pessoas andam nas vindimas”.

Por entre as bancas, Assunção ia distribuindo cumprimentos, beijos e pedindo força nas eleições legislativas de 06 de outubro. “Para o CDS e para eleger o Helder [Amaral]”, pedia.

Ora deparando-se com alguma simpatia, ora com indiferença, a presidente do partido foi entregando “as propostas” do CDS, um panfleto em tons de azul e branco. Se uns se queixaram, cara a cara, que “os políticos são todos os mesmos”, uma senhora esperou por Cristas para lhe dizer que “simpatiza” com ela e que era ela que deveria ganhar para “não serem sempre os mesmos, os homens”.

Confrontada pelos jornalistas com a “ambição” de vir a ser primeira-ministra, em 2018, no congresso do partido, e agora o CDS ter fracos resultados nas intenções de voto nas sondagens reagiu: “Já ouvi várias pessoas dizer isso que me gostavam de ver à frente do um governo. O que digo às pessoas é que é preciso muitos votos, trabalharmos para fazer uma mudança por alternativa de centro e direita”, disse.