“A análise dos resultados eleitorais para a Assembleia Legislativa da Madeira é um tema que em primeiríssima instância é tratado pelos órgãos do PS/Madeira e pela sua Comissão Política Regional”, alegou Eurico Brilhante Dias em declarações aos jornalistas.

Depois, o líder da bancada socialista aproveitou a questão sobre as eleições na Madeira para deixar uma farpa no presidente do PSD, Luís Montenegro: “Não cometemos o erro de outros que procuram ficar numa fotografia que não é a sua”, afirmou.

Perante os jornalistas, o presidente do Grupo Parlamentar do PS também não se pronunciou se o PAN continua a ser um parceiro “confiável” para os socialistas, depois de ter feito um acordo com o PSD/Madeira para viabilizar um novo Governo regional liderado por Miguel Albuquerque.

Na Assembleia da República, o PAN, desde 2019, tem viabilizado as sucessivas propostas dos governos socialistas de Orçamento do Estado.

Nas eleições regionais da Madeira, no domingo passado, o PS registou uma descida acentuada face ao último ato eleitoral. O PS elegeu 11 deputados, tendo obtido 28.844 votos, correspondentes a 21,30 %, quando em 2019, tinha obtido 35,76% dos votos, conseguindo 19 deputados.

No domingo, na sequencia do apuramento dos resultados eleitorais, o secretário-geral adjunto do PS, João Torres, procurou desvalorizar a derrota dos socialistas na Madeira. Considerou que o resultado alcançado está dentro da média do seu partido naquela região autónoma e recusou qualquer leitura nacional a partir deste ato eleitoral.

“Pretender interpretar os resultados das eleições para a Assembleia Legislativa da Madeira à luz da política nacional é não compreender e não entender a importância e o significado das autonomias regionais na República Portuguesa. O PS não confunde eleições”, argumentou João Torres.

Também no domingo, o presidente do PS, Carlos César, considerou que o líder do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, saiu fragilizado das eleições e criticou Luís Montenegro por ter “acampado” no Funchal para procurar beneficiar do resultado do PSD madeirense.

“É desconcertante a tentativa de Montenegro, acampado no Funchal, de fazer aparentar que um resultado eleitoral madeirense favorável ao PSD teria a ver com o seu mérito pessoal. Nem nas cavernas algum madeirense se lembraria de não querer Albuquerque em presidente do Governo, mas votar no PSD por causa de Montenegro”, escreveu Carlos César na rede social Facebook.