Numa zona de votação na região oeste da cidade de São Paulo, a maior do Brasil, a Lusa falou com eleitores que tinham opiniões divididas sobre quem deveria governar o país, mas concordavam na avaliação de que as eleições podem melhorar a vida no país.

"Acho que o Brasil tem condições de melhorar depois das eleições dependendo de quem for eleito. Se o PT não for eleito tenho certeza de que [o país] vai melhorar", disse Marcelo Tuck Schneider, de 59 anos.

O eleitor disse acreditar que o candidato Jair Bolsonaro, que apareceu com pouco mais de 40% das intenções de voto em sondagens divulgadas no sábado, será o vencedor da corrida presidencial.

"Acho que quem vai ganhar será o Jair Bolsonaro. Não votei nele, mas acredito que ele conseguiu mostrar-se como anti-PT", acrescentou.

Já Regina Franceschini Giovanolli, de 53 anos, declarou que a polarização das presidenciais do Brasil, com leitores divididos entre o apoio a Bolsonaro ou Fernando Haddad, em segundo lugar nas sondagens com cerca de 25% dos votos válidos e que substituiu o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do partido de esquerda PT, foi positiva porque trouxe a política para o dia-a-dia das pessoas.

"Acho que com a eleição o Brasil vai melhorar. Claro, é uma caminhada muito longa, mas o processo eleitoral e a democracia garantem que as coisas avancem (...) Quero acreditar que vai vencer a democracia, assim sendo, imagino que os melhores candidatos são Ciro [Gomes] e [Fernando] Haddad", afirmou.

Michel David Damasceno dos Santos, de 35 anos, frisou que o processo eleitoral no Brasil se deu de uma forma muito disputada e que a ida dos eleitores às urnas prova que as pessoas querem mudança.

"Há um interesse maior em participar nas eleições. Geralmente os eleitores vêm votar no final do dia (...) Hoje você vê o contrário. As pessoas estão desde cedo a querer participar nas eleições. Acredito que há uma tendência de uma melhoria no Brasil após as eleições de 2018", disse.

Esta eleitora assumiu a sua preferência pelo candidato Jair Bolsonaro, citando a votação que o político teve no Japão.

"Acabei de saber que no Japão a votação [de brasileiros que vivem naquele país] já foi encerrada e que 80% dos votos foram para o Jair Bolsonaro. Tenho certeza que [o resultado] no Brasil será mais ou menos este", enfatizou.

Já Fúlvia Mesquita Lustosa, de 29 anos, reclamou que a escolha dos candidatos demorou muito e que a campanha foi muito curta.

“Eu acredito que haverá uma melhoria no Brasil e por isto votamos, porém, as escolhas que tivemos ainda são bem pesadas e eu tive que votar pensando entre o coração e a razão, pensando num voto ativo e tendo estratégia para a segunda volta. Havia candidatos bizarros e candidatos muito bons que não tiveram hipótese porque não são muito conhecidos", destacou.

Esta brasileira referiu que fez um voto estratégico usando a campanha "EleNão", criada por mulheres que repudiam a candidatura de Bolsonaro.

"Pelo voto estratégico ou vai [à segunda volta] Ciro Gomes ou Haddad. Só esperamos que não vença o ‘coiso’ [apelido dado ao candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro]. Ele não. Ele nunca", concluiu Fúlvia Mesquita Lustosa.

Neste domingo, 147,3 milhões de brasileiros estão a votar nas eleições em que estarão em disputa o cargo de Presidente, da maioria dos membros do Parlamento (Câmara dos Deputados e Senado) e governos regionais.