"Temos vindo a aproximar o orçamento da realidade", uma vez que, em anos anteriores, o valor "estava muito empolado", afirmou hoje o presidente da Câmara de Évora, Carlos Pinto de Sá (CDU), em declarações à agência Lusa.

O autarca comunista deu como exemplo o orçamento municipal de 2013, da anterior gestão socialista, que teve um valor que "ultrapassava os 103 milhões de euros", porque, de acordo com a lei, tinha de "considerar a dívida" total do município.

"Com o plano de saneamento financeiro, pudemos negociar e escalonar a dívida ao longo do tempo, mas a câmara também reduziu a dívida em mais de 20 por cento, desde 2013", justificou.

As opções do plano e orçamento para 2018 foram aprovados esta semana em reunião pública de câmara, com os votos favoráveis dos quatro eleitos da CDU, a abstenção dos dois vereadores do PS e o voto contra do elemento do PSD.

Pinto de Sá assinalou que os documentos municipais têm "várias condicionantes", de entre as quais o plano de saneamento financeiro, que está em curso, e o Programa de Apoio à Economia Local (PAEL), que obriga o município a ter "impostos, taxas e tarifas nos valores máximos".

Contudo, salientou que "a câmara passou a ter capacidade para fazer investimento estruturante", adiantando que o município já iniciou e, em alguns casos, vai iniciar este ano um conjunto de projetos nas áreas do turismo, ambiente e educação.

Envolvendo "um investimento global de mais de 20 milhões de euros ao longo dos próximos anos, até 2020", os projetos, segundo o autarca, "assentam na revitalização do centro histórico, na aposta na educação pública e em questões ambientais, entre outras".

"Para além do investimento, queremos começar a reequilibrar o mapa de pessoal da câmara para responder a áreas onde temos mais dificuldades, como é o caso da limpeza e higiene pública, e manter a caminhada para o reequilíbrio económico e financeiro estrutural do município", referiu.

O presidente do município disse que existem "boas perspetivas" para que a gestão CDU consiga "melhorar o funcionamento da câmara" e "dar um contributo significativo ao desenvolvimento de Évora e às condições e qualidade de vida na cidade".

Do lado do PS, a vereadora Elsa Teigão justificou à Lusa a abstenção por a gestão CDU ter acolhido propostas dos socialistas, nomeadamente a criação do gabinete "via verde" para o centro histórico, do plano municipal para a igualdade e do cartão social do munícipe e a reestruturação da empresa municipal Habévora.

A também presidente da concelhia de Évora do PS observou, contudo, que existem "algumas incongruências" nos documentos, considerando que "o orçamento impede, eventualmente, de se concretizarem as opções do plano".

O vereador do PSD, António Costa da Silva, revelou à Lusa que votou contra o plano e orçamento por não terem sido contempladas as 10 propostas apresentadas pelos social-democratas, cujas prioritárias passavam por realizar intervenções em várias escolas do concelho.

Costa da Silva indicou que só duas das propostas foram incluídas nos documentos do município, precisando que uma delas está relacionada com o Parque do Alentejo de Ciência e Tecnologia (PACT) e outra com a higiene e limpeza da cidade.

As opções do plano e orçamento da Câmara de Évora para 2018 vão ser discutidos e votados na próxima reunião da assembleia municipal, que está marcada para o dia 29 deste mês.

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