"Vamos recuperar o gosto do tomate, perdido no decorrer das últimas décadas", explica Harry Klee, professor de horticultura da Universidade da Florida, que dirigiu o estudo, assegurando que é possível tornar "muito melhores os tomates do supermercado".

Uma das primeiras etapas do seu trabalho, publicado esta quinta-feira na revista científica americana Science, foi determinar quais as substâncias químicas que contribuem para que os tomates sejam saborosos.

As variedades industriais atuais não contêm açúcar suficiente nem substâncias essenciais para conferir-lhes sabor, explica o cientista.

Estas qualidades foram perdidas ao longo dos últimos 50 anos porque os produtores não contavam com as ferramentas científicas necessárias para comprovar regularmente o sabor, acrescenta.

Ao trabalhar o genoma do tomate, que foi completamente sequenciado em 2012, os investigadores puderam identificar mudanças em cinco ou seis genes que controlam a síntese de todas as substâncias químicas importantes para dar gosto a esta fruta.

Posteriormente, substituíram as variações genéticas más por aquelas de onde provém o sabor no genoma do tomate industrial.

Como a criação de uma nova variedade leva tempo, os cientistas da Universidade da Florida estimam que serão necessários três ou quatro anos para produzir tomate com sabor.

Os Estados Unidos são o segundo maior produtor mundial de tomate, atrás da China, segundo o Departamento de Agricultura Americano (USDA).