Licenciada em Humanidades e mestre em Ciências da Educação, Lúcia Araújo Silva, de 53 anos, foi desde o ano letivo de 1998/99 professora do terceiro ciclo e do ensino secundário.

Durante estes anos, além das funções docentes, desempenhou vários cargos em escolas. No final de fevereiro, assumiu as funções de deputada da Assembleia da República, na sequência da saída de António Borges.

A candidata socialista, que se tornou politicamente mais ativa em 2005 - quando foi convidada para integrar a lista do PS à Assembleia de Freguesia de Coração de Jesus (Viseu) -, acredita na sua condição de mulher e considera que “as mentalidades não se mudam por decreto”.

“É preciso ir à luta, para que outras mulheres também sintam a mesma vontade de se envolverem na vida pública”, defende.

Desde 2014, é presidente do Departamento Federativo das Mulheres Socialistas. Antes disso, tinha feito parte da lista do PS à Assembleia de Freguesia de Coração de Jesus e, na sequência do trabalho que desenvolveu ao longo de quatro anos, em 2009 foi indicada para ser cabeça-de-lista a este órgão.

No ano seguinte, fruto do trabalho desenvolvido nas eleições autárquicas, foi convidada a presidir à concelhia de Viseu do PS, tornando-se na primeira mulher a ocupar esse cargo.

Depois de 24 anos de ‘reinado’ de Fernando Ruas, nas eleições autárquicas de 2013 o PSD voltou a ganhar a presidência da Câmara de Viseu. Almeida Henriques, que está a cumprir o primeiro mandato, já foi anunciado como candidato dos sociais-democratas.

Confiante de que conseguirá destronar o PSD, Lúcia Araújo Silva disponibilizou-se para ser candidata à Câmara de Viseu, uma vez que existia um vazio no PS ao nível de candidatos.

A deputada admite que existe a “conservação no voto” no PSD, que quer contrariar, até porque “o eleitorado é cada vez mais crítico e exigente”.

No seu entender, chegou a hora de os viseenses darem ao PS a oportunidade que merece de governar o concelho de Viseu, atendendo a que, enquanto oposição, o partido tem dado, ao longo dos anos, o seu contributo para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

No centro da preocupação da sua candidatura estão as pessoas - as que estão no concelho, mas não só.

Segundo Lúcia Araújo Silva, “é preciso pensar nos jovens que vão estudar para fora de Viseu e que não regressam, porque não têm emprego, nem quem os acolha”, e também naqueles que estudam em Viseu mas “se veem na obrigatoriedade de irem embora”.

Preocupada com o envelhecimento da população, promete lutar pelo rejuvenescimento do concelho e pela criação de emprego.

“É preciso capitalizar a região, promover o turismo e a cultura a larga escala, pois Viseu está localizado num ponto estratégico e que, em rede, poderá ser potenciado”, considera.

É também sua intenção “potenciar os produtos endógenos, criar uma marca para Viseu” e não esquecer a promoção de políticas de saúde e de educação, “de modo a combater a exclusão social e todos os entraves à promoção da igualdade de oportunidades”.

Nas eleições autárquicas de 2013, o PS foi o segundo partido mais votado em Viseu, conquistando 26,84% dos votos (três mandatos). O PSD voltou a ganhar as eleições, com 46,37% dos votos (cinco mandatos), enquanto o CDS-PP obteve 9,56% dos votos (um mandato).