Macron falou ao telefone com o líder britânico, quando este tomou posse como primeiro-ministro, no final de outubro, e os dois acordaram uma maior cooperação contra as travessias ilegais no Canal da Mancha, segundo informação divulgada por ‘Downing Street’.

Nessa conversa telefónica, o chefe do governo britânico ressalvou a importância para os dois países de tornar a rota do Canal da Mancha “completamente inviável” para os traficantes de seres humanos, acrescentou.

Já numa crónica publicada hoje no jornal Mail on Sunday, a secretária britânica do Interior, Suella Braverman, disse que estava a trabalhar com o homólogo francês, Gérald Darmanin, para juntos construírem uma cooperação “mais forte” e fazer melhor uso das tecnologias britânicas de vigilância”.

Ainda segundo este jornal, o Reino Unido espera assinar nas próximas semanas um acordo sobre este assunto.

Desde o início do ano, quase 40.000 pessoas já conseguiram cruzar o Canal da Mancha em pequenos barcos, ultrapassando os números de 2021.

Após um período de tensão entre Londres e Paris, o governo de Rishi Sunak, que se tornou primeiro-ministro no âmbito de uma grave crise política, que levou às renúncias de Boris Johnson e Liz Truss, revela uma postura mais conciliatória para com França.

O chefe do governo britânico sublinhou, durante a sua conversa telefónica com Emmanuel Macron, “a importância da relação entre o Reino Unido e a França, vizinho e aliado”, acrescentando estar “ansioso” por uma cimeira bilateral no próximo ano, segundo contou o seu porta-voz.

Por seu lado, o Presidente francês manifestou a sua “disponibilidade” para “aprofundar a relação bilateral” nos campos da defesa, assuntos estratégicos e energia”.

Decisores políticos, académicos e organizações não-governamentais reúnem-se entre hoje e 18 de novembro em Sharm el-Sheikh, no Egito, na 27.ª cimeira da ONU sobre alterações climáticas (COP27), para tentar travar o aquecimento do planeta, limitando o aquecimento global a 2ºC (graus celsius), e se possível a 1,5ºC, acima dos valores médios da época pré-industrial.

Líderes como o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, confirmaram a presença, e o Governo português vai ser representado pelo primeiro-ministro, António Costa.