A praia de Matosinhos, no distrito do Porto, encheu-se de banhistas que, mais do que aproveitar o feriado, o sol e o mar, vieram usufruir da “liberdade” e do “aparente regresso à normalidade”, contaram à Lusa.
Apesar do sol, a nortada não deu descanso aos banhistas, levando muitos deles a “refugiar-se da areia” nos bares da envolvente da praia para satisfação dos concessionários que, revelaram à Lusa, estar à espera de uma “excelente época balnear”.
Com a esplanada cheia e fila para comprar gelados, o responsável pelo bar Praia do Titan, Hélder Peixoto, está com esperança de que esta época balnear seja igual àquelas dos “tempos pré-covid-19”.
Após dois anos muito complicados para o negócio devido à pandemia, Hélder espera, este ano, recuperar o “tempo perdido”.
Essa também é a expectativa de Adolfo Santos, vendedor de gelados, que aguarda por “muita gente e muitas vendas”, esperando que o São Pedro também dê uma ajuda e traga muito calor para os próximos tempos para impulsionar o consumo destes produtos que fazem a delicia dos miúdos e graúdos.
Na fila da barraca de gelados estavam as amigas Raquel e Inês, de 24 e 26 anos, à espera para “matar o desejo de gelados”, os quais ainda não comeram este ano.
“Vou inaugurar hoje a época dos gelados”, confidenciou Inês que, apesar do vento, insistiu em ficar na praia durante a tarde porque as “saudades de um aparente regresso à normalidade” eram muitas.
Mais do que um regresso à normalidade, Paula Antunes, de 43 anos, veio à praia acompanhada da filha mais nova, de 10 anos, para usufruir do “sentimento de liberdade”.
“É tão bom vir sem máscara e sem álcool gel. Há que enfrentar a situação e não pensar demasiado na pandemia porque pensando em demasia não se vive e para não viver bastaram os dois últimos anos”, disse à Lusa sentada num murro da marginal de Matosinhos, enquanto sacudia os pés de areia.
Também na marginal, e colocando-se num lugar estratégico, estava Samir à espera de vender pulseiras, colares, chapéus e demais acessórios, alguns dos quais ficaram por vender nos últimos dois anos.
Falando num “bom dia de vendas”, impulsionado pelo facto de ser feriado, Samir aguarda uma “boa temporada de Verão” para ajudar a colmatar os prejuízos dos últimos anos causados pela covid-19, apesar de notar que as pessoas acham tudo caro.
Uns metros à frente, e no bar Lais de Guia, o responsável contou que o movimento de pessoas tem sido “muito grande” porque estiveram limitadas durante dois anos e agora querem é sair, divertir-se, passear e estar com amigos.
Apesar de acreditar numa boa época balnear, o responsável mostrou-se apreensivo com o que “aí vem”, nomeadamente com a inflação, as taxas de juro e os efeitos da guerra motivos que, entendeu, poderão vir a limitar o consumo.
Contudo, a meio da tarde, a marginal, praia e bares de Matosinhos continuavam repletos de pessoas, fazendo jus ao facto desta cidade ser conhecida como sendo uma “terra de peixe e de mar”.
A época balnear abriu hoje para a totalidade das 125 praias costeiras do Norte, mais três que em 2021, e parte das 36 fluviais, menos duas que no último ano.
Segundo a portaria publicada a 05 de maio, em Diário da República (DR), nas praias costeiras do Norte (entre Caminha e Espinho) a época balnear decorre até 11 de setembro.
Já nas praias fluviais do norte, a época balnear arranca de forma faseada até 02 de julho e termina a 18 de setembro.
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