Numa pequena ação num jardim em Lisboa os ativistas, em declarações à Lusa, assumiram-se como ambientalistas e consideraram ser necessário desmistificar a energia nuclear, que é hoje uma energia segura e limpa e uma das soluções para resolver o problema da crise energética no mundo.
Luís Guimarães, físico, que trabalhou 15 anos em fusão nuclear, alertou que em vários países as centrais nucleares estão a ser substituídas por centrais a carvão e por gás, o que em nada contribui para resolver o problema das emissões de gases com efeito de estufa.
“Devemos ser agnósticos em relação às várias tecnologias e sendo agnósticos a energia nuclear tem imensas vantagens”, disse, afirmando que não é contra as energias eólica e solar, ainda que tenham um uso intensivo de metais pelo que nesse caso a energia nuclear é mais limpa, mas é antes a favor do uso de todas elas.
Em Portugal, como no resto do mundo, “a transição energética tem sido muito lenta” e “advogamos que o nuclear tem lugar com outras energias e pode contribuir para nos livrarmos dos combustíveis fósseis”, afirmou.
João Neves, engenheiro de minas, outro dos ativistas, salientou que é importante diferenciar a energia nuclear de armamento nuclear e pediu que as pessoas se informem por elas, não se deixando influenciar. “Pensar em energia nuclear em função de armas nucleares é como pensar em eletricidade em função de uma cadeira elétrica”, acrescentou Luís Guimarães.
Os dois garantiram que a energia nuclear é mais limpa do que qualquer energia renovável e também necessita de menos matéria, “diminuindo a necessidade de explorar a natureza”. “Excluindo a armas nucleares e os testes o impacto que a energia nuclear tem na natureza é diminuto”, disse à Lusa Luís Guimarães.
Questionado sobre se não é admissível que as pessoas tenham medo de possíveis acidentes, como aconteceu em Chernobil em 1986, ou de uma explosão na central de Zaporíjia, na Ucrânia, em zona de guerra, ou mesmo na central de Almaraz, em Espanha e perto de Portugal, Luís Guimarães assegurou que não há qualquer perigo nas centrais em questão mas admitiu que na atualidade as pessoas “têm medo” do nuclear.
“O que aconteceu em Chernobil não podia acontecer em Almaraz e também não pode em Zaporíjia”, disse.
Quer Luís Guimarães quer João Neves defendem que a energia nuclear é uma das soluções para descarbonizar a Europa, e mesmo em Portugal, que está “a fazer uma transição energética miserável”, devia fazer-se esse debate de construção de centrais nucleares pequenas.
O movimento “Stand Up For Nuclear” nasceu nos Estados Unidos e defende a proteção e continuação da energia nuclear, solução para um “futuro energético limpo e sustentável”.
Na sua página na internet o movimento fala do “forte movimento antinuclear” que começou nos anos 1970, levando a atenção para as energias renováveis, e diz que hoje a situação é outra, que a descarbonização só acontece com energia nuclear, referindo que estão a ser construídos no mundo 52 reatores.
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