As autoridades de Islamabad não emitiram o certificado de não objeção (NOC) aos organizadores da Marcha das Mulheres, alegando que coincidia com o mês em que os muçulmanos, a maioria no Paquistão, celebram o Ramadão.
Apesar da recusa das autoridades, dezenas de mulheres reuniram-se no National Press Club e marcharam até à D-Chowk, praça icónica palco de manifestações em Islamabad, entoando palavras de ordem e exigindo igualdade de direitos.
A marcha foi marcada por restrições, uma vez que a administração local bloqueou as estradas que conduzem ao local com arame farpado e barreiras, limitando o acesso à manifestação.
“Enquanto as mulheres sofrerem, a guerra continuará”, era uma das palavras de ordem que se podia ler nos cartazes transportados pelos manifestantes em Islamabad.
“No Paquistão, as mulheres são sujeitas a violência física, sexual e de todo o tipo, desde casamentos infantis a violações e assédio no local de trabalho, nas instituições de ensino e nas ruas”, disse à agência espanhola EFE Farzana Bari, uma das principais organizadoras da Marcha das Mulheres.
Esta marcha é realizada desde 2018 no Paquistão. Inicialmente, teve lugar na cidade de Karachi, no sul do país, a mais populosa, mas acabou por ser replicada em Islamabad e noutras cidades paquistanesas.
A desigualdade de género, o assédio nas ruas, o trabalho forçado e a falta de representação das mulheres no parlamento são algumas das questões contra as quais lutam as manifestantes, que contam também com a presença de pessoas transgénero.
A Marcha das Mulheres tem sido criticada por grupos religiosos de direita pela sua alegada influência ocidental.
Comentários