Depois de, no ano passado, o concurso nacional de acesso ao ensino superior ter registado o maior número de candidatos dos últimos 25 anos, as vagas vão voltar a subir.
Segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o total de vagas para ingressar nas universidades e politécnicos públicos em 2021 é de 52.242, mais cerca de 2% em relação ao ano anterior.
No topo deste aumento voltam a surgir Lisboa e Porto que, após dois anos com cortes por determinação do Governo para corrigir desequilíbrios territoriais, puderam disponibilizar novamente mais lugares no ano passado.
Em termos absolutos, é na Universidade do Porto e na Universidade Nova de Lisboa que se registou o maior crescimento, como já tinha acontecido, aliás, no ano anterior.
Segundo a lista de vagas, o Porto vai abrir, no total, 4.406 vagas, ganhando 233 novos lugares, a maioria dos quais na Faculdade de Engenharia, que vai poder receber no próximo ano mais 185 alunos, em comparação com o ano anterior, quando já tinha aumentado em 110 o número de lugares disponíveis.
O maior reforço vai ser no curso de Engenharia Informática e Computação, que pode adicionar 100 vagas à lista por ser um curso com elevada procura por parte de alunos de excelência.
Esse foi precisamente um dos critérios para as instituições das duas maiores áreas metropolitanas do país poderem aumentar o número de vagas onde se registasse índice de excelência dos candidatos igual ou superior a 100, isto é, o número de candidatos em primeira opção com média acima de 17 valores em relação às vagas fixadas.
Essa regra permitiu a abertura de um adicional de 385 vagas e foi também daí que beneficiou, em parte, a Universidade Nova de Lisboa, em que 59 das 213 novas vagas são no curso de Gestão (passou de 231 para 290 vagas), além dos dois novos cursos em Engenharia Química e Biológica (67 vagas) e em Ciência de Dados (40 vagas).
O alargamento da oferta colocou igualmente a Universidade de Aveiro no ‘top 3’ das instituições com maior aumento, disponibilizando para o próximo ano mais 207 lugares em relação ao anterior, sendo a esmagadora maioria (198) para os três cursos que a universidade vai estrear.
Do lado oposto, o Instituto Politécnico de Tomar é o único que perde vagas no próximo concurso, disponibilizando menos 10 lugares, enquanto outros cinco politécnicos e as escolas superiores de Enfermagem, Náutica, e Hotelaria e Turismo mantêm o mesmo número.
Quem também optou por manter as mesmas vagas foram os cursos de Medicina que, como também já tinham feito no ano passado, não quiseram aproveitar a possibilidade para aumentar.
Em comunicado, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinha o aumento de 3% nas áreas digitais, sobretudo nas instituições em localizadas em regiões com menor pressão demográfica, onde o aumento foi de 3,4% nestes cursos e 2% na generalidade da oferta.
Além das 52.242 vagas do concurso nacional, há ainda 721 vagas para os concursos locais, realizados diretamente nas instituições de ensino superior para ingresso em cursos de música, teatro, cinema e dança, contabilizando-se no total 52.963, o que representa um aumento de cerca de 2% em comparação com as vagas iniciais do ano anterior.
“O ingresso no ensino superior para o próximo ano letivo retoma a normalidade no processo de fixação de vagas, não incluindo nesta fase qualquer das medidas excecionais adotadas no verão de 2020”, refere o Ministério.
Ainda assim, a tutela não afasta a possibilidade de novas decisões, se for necessário, recordando que no ano passado foram transferidas para o regime geral de acesso vagas não ocupadas dos concursos especiais.
O prazo de candidatura à primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior público decorre entre 06 e 20 de agosto, mais tarde do que habitualmente, como aconteceu no ano passado devido à pandemia de covid-19, que voltou a obrigar também ao adiamento do calendário de exames nacionais.
Quase 500 vagas em novos cursos de engenharias e ciência de dados
O concurso nacional de acesso ao ensino superior vai abrir com quase 500 vagas em novos cursos nas áreas das engenharias e competências digitais, maioritariamente em Aveiro, Lisboa e Porto.
Segundo os dados divulgados hoje pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), o total de vagas para ingressar nas universidades e politécnicos públicos em 2021 é de 52.242, mais 113 do que no início do concurso anterior.
Destas vagas, uma fatia vai para 17 novos cursos que vão abrir no próximo ano letivo, a maioria dos quais em áreas de tecnologia.
No total, são 499 vagas em 11 cursos que vão desde a engenharia química e biológica à ciência de dados, criados em Aveiro, Lisboa, Porto, Minho e Coimbra.
Em Aveiro, por exemplo, os candidatos ao ensino superior vão ter três novas opções, todas na área das engenharias: Engenharia de Computadores e Informática (85 vagas), Engenharia Eletrotécnica e de Computadores (83 vagas) e Engenharia Aeroespacial (30 vagas).
A Universidade do Porto também vai alargar a oferta e as três novidades são Engenharia de Materiais (27 vagas), Engenharia de Minas e Geo-Ambiente (20 vagas) e Inteligência Artificial e Ciência de Dados (55 vagas).
A ciência de dados tem sido uma aposta do Governo nos últimos dois anos, em que recomendou o reforço da oferta nessa área e nas competências digitais, e a Universidade Nova de Lisboa também seguiu o conselho ao disponibilizar 40 lugares no novo curso nessa área.
A Nova vai ter uma outra novidade, em Engenharia Química e Biológica (40 vagas), que também vai passar a estar disponível na Universidade do Minho (42 vagas).
A oferta nestas áreas também foi alargada na Universidade de Lisboa, com a nova licenciatura em Engenharia de Minas e Recursos Energéticos para 20 caloiros, e no Instituto Politécnico de Coimbra, que está disposto a receber 30 novos alunos no curso de Informática Industrial.
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