A chuva da noite apagou as chamas, mas os bombeiros continuam a ver-se aqui e ali, a vigiar as fumarolas e a apagar reacendimentos, poucos, como o que aconteceu cerca das 12:00, perto da chamada estrada atlântica, de São Pedro de Moel para a Figueira da Foz.
Neste cenário, percorrido hoje de manhã, não há aldeias nem empresas nem carros queimados, como acontece em Oliveira do Hospital, Coimbra. Há pinheiros com 20, 30, 50 anos queimados, com as copas amareladas do calor do fogo.
Segundo a câmara da Marinha Grande, ardeu 80% da Mata Nacional de Leiria, cerca de 9.000 dos 11.000 hectares, nas contas de Gabriel Roldão.
O empresário e estudioso autodidata sobre a história da mata fez as contas e, à Lusa, disse que esta área é muito maior do que todos os grandes incêndios desde o século XIX: 5.000 hectares em 1824, 750 em 1983 e 2.500 em 2003.
Gabriel Roldão observa as cores cinza e as fumarolas: “Estamos todos de luto, em luto profundo. Já não há Pinhal de Leiria. É um monstro morto.”
O estudioso, que sabe de cor onde estava o pinheiro mais alto da mata, com 120 anos, que caiu durante uma tempestade de vento, em 2013, afirma que a população tem "uma relação muito forte" com o Pinhal de Leiria.
E é um facto que é visível a muita curiosidade dos habitantes em ver, dos pontos de vigia, por exemplo, quais as áreas que arderam.
A meio da manhã, eram muitos os automóveis a percorrer as estradas cinzentas e com os sinais de trânsito queimados ao longo de grandes extensões.
A Mata Nacional de Leiria ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande e, passados dois dias sobre os incêndios, o cheiro a fumo é intenso.
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