Em causa estão as transportadoras Boa Viagem, Estremadura, Mafrense, Barraqueiro Oeste, Barraqueiro Alugueres, Rodoviária de Lisboa, Rodoviária do Alentejo, JJ Santo António e Isidoro Duarte.

“O que entendemos é que nestas empresas têm de ser praticados salários iguais àqueles que, por exemplo, o grupo Barraqueiro, ainda recentemente acordou aplicar para empresas do Algarve, na ordem dos 700 euros”, disse à Lusa José Manuel Oliveira, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (FECTRANS).

Os pré-avisos de greve são referentes ao período entre as 03:00 horas do dia 19 de outubro e as 03:00 do dia 20 de Outubro e abrangem “largas centenas” de trabalhadores, que José Manuel Oliveira não precisou.

De acordo com o coordenador da FECTRANS, as empresas do grupo “nem sequer respondem às propostas que são feitas nos termos da lei para desencadear os processos de negociação coletiva”.

Os aumentos salariais dos atuais 630 a 640 euros praticados para 700 euros são, de acordo com o dirigente sindical, um “ponto de partida para uma discussão mais profunda”, num quadro em que ser motorista deixou de “uma profissão atrativa, o que faz com que se sinta a falta de trabalhadores neste setor”.

“Vão para estas empresas e estão lá pouco tempo, na primeira oportunidade vão embora porque consideram que não são empresas que, do ponto de vista profissional, garantam o seu futuro”, sustentou.

A FECTRANS já tinha entregado um primeiro pré-aviso de greve a 28 de setembro, para um conjunto mais alargado de empresas do grupo Barraqueiro, mas o protesto foi desconvocado, tendo sido alcançados aumentos salariais em transportadoras do Algarve.

Na altura, Luís Cabaço Martins, membro do conselho de administração do Grupo Barraqueiro e presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP), manifestou-se incrédulo com a posição assumida pelo sindicato, dado o “bom clima social” e a existência de “negociações com o sindicato”.

Luís Cabaço Martins referiu que, em março, a ANTROP tinha estabelecido um acordo com a FECTRANS para uma atualização salarial de 1,5% (para cerca de 654 euros) sendo que, posteriormente, a Barraqueiro decidiu que essa atualização seria superior a 2%.

“Procedemos a aumentos acima do que foi acordado com os sindicatos. A análise histórica mostra que o salário dos trabalhadores do grupo Barraqueiro está entre 8 a 10% acima da média salarial do setor”, argumentou.

A Lusa tentou hoje, sem sucesso, obter mais esclarecimentos por parte do grupo Barraqueiro.