“É, de facto, um fator de identidade cultural importante esta presença e esta ligação à Igreja Católica que é, como sabem, tradicional e secular aqui em Goa. É um laço muito forte”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, no adro da Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição, em Pangim, onde ainda se celebra a missa em português.

Este ponto do programa era supostamente privado, mas foi tornado público e acompanhado por grande parte da sua comitiva e pela comunicação social, com repórteres de imagem a filmar o Presidente da República na primeira fila da igreja, no início da missa.

Mais tarde, durante um encontro com representantes da comunidade portuguesa, num hotel no sul de Pangim, o chefe de Estado referiu-se a este “encontro matinal com várias gerações que em português acompanharam uma celebração litúrgica”, contando ter sido “uma emoção especial”.

“Sendo verdade que o Estado português não é hoje um Estado confessional, porque é aberto a crentes e não crentes e a todas as crenças e fés, também é verdade que é importante ver como aqui em Goa se cruzou de forma especial uma determinada fé com a maneira de ser português. Foi assim. Podia não ter sido, e foi. E largamente continua a ser”, argumentou Marcelo Rebelo de Sousa.

No início da missa, o padre Walter de Sá anunciou a presença do chefe de Estado e da sua comitiva e deu-lhes as boas-vindas, acrescentando: “Oferecemos esta missa pelo seu bem-estar, como também pelo bem-estar da nação sobre a qual o doutor professor Marcelo preside e trabalha pelo bem comum dos cidadãos”.

No final, o Presidente da República demorou-se dentro e fora da igreja a tirar sucessivas fotos, algumas em simultâneo, rodeado por pessoas de braços erguidos com telemóveis na mão, e depois falou aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o catolicismo em Goa “é um laço muito forte, que faz uma diferença específica e que faz desta comunidade também uma comunidade muito especial no quadro das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo”.

“Aqui há realmente esse fator adicional de identidade que é cultural, por um lado, mas é religioso, por outro”, prosseguiu, salientando que em Goa “há uma disciplina de Português na formação dos próprios sacerdotes”.

O chefe de Estado elogiou “a beleza dos cânticos” que as pessoas acompanham com a ajuda de um ecrã em que são exibidas as letras em português, comentou que lhe pareceram “muito animados, muito otimistas”.

Interrogado sobre se são “otimistas irritantes”, como costuma descrever o primeiro-ministro, que tem raízes goesas, respondeu: “Não, não. São otimistas. Há realmente aqui um grande laço de solidariedade e uma visão otimista, influenciada naturalmente pelo catolicismo, mas uma visão otimista de encarar a vida”.

Mais tarde, Marcelo Rebelo de Sousa visitou o Convento de Santa Mónica e o Museu de Arte Cristã, na Velha Goa, e também a Basílica do Bom Jesus, onde o padre lhe mostrou uma relíquia do missionário jesuíta São Francisco Xavier, que o Presidente da República beijou.

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