As declarações de Bolton, feitas no domingo durante uma deslocação a Israel, são “inaceitáveis e impossíveis de digerir”, declarou Erdogan num discurso em Ancara, adiantando que “John Bolton cometeu um erro muito grave”.
O presidente turco falava pouco depois de Bolton se ter encontrado em Ancara com um alto responsável da presidência turca, Ibrahim Kalin.
Bolton declarou no domingo que a retirada dos Estados Unidos da Síria, anunciada no mês passado pelo presidente Donald Trump, está condicionada a garantias relativas à segurança dos aliados curdos de Washington.
Os Estados Unidos apoiam as Unidades de Proteção Popular (YPG) na luta contra o grupo ‘jiahdista’ Estado Islâmico (EI), mas a Turquia considera estas milícias curdas uma organização terrorista, tal como o EI, e ameaça há várias semanas lançar uma ofensiva contra as suas posições situadas a leste do Eufrates.
“Apesar de essas pessoas serem terroristas, alguns dizem ‘Não toque nelas, são curdas’ (…) Também podiam ser turcos, turcomanos ou árabes. Seja de onde vierem, se são terroristas, faremos o que for necessário”, disse Erdogan.
“Em breve tomaremos medidas para neutralizar os grupos terroristas na Síria”, insistiu.
Um porta-voz do referido conselheiro norte-americano, Garrett Marquis, no entanto, qualificou o encontro entre Bolton e Kalin como “produtivo”.
Kalin tinha afirmado na semana passada que as autoridades turcas esperavam obter de Bolton pormenores sobre o plano de retirada dos cerca de 2.000 soldados norte-americanos colocados na Síria.
Mas o governo norte-americano tem vindo a multiplicar as mensagens visando apagar a impressão inicial de partida precipitada, que suscitou críticas dos aliados e levou à demissão do ex-secretário da Defesa Jim Mattis.
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