Em causa estão duas propriedades que o município detém na freguesia de Alvarenga: um edifício que, no lugar da Noninha, deixou de ter funções letivas em 2005 e outro que, em Vila Nova, deixou de acolher aulas em 2006. Ambos os imóveis têm a traça própria que caracterizou o programa de construção de escolas em larga escala implementado pelo governo de António Salazar em meados do século XX, com base numa designação que evocava o terceiro centenário da Restauração da Independência, assinalado em 1940, e o oitavo centenário da Independência de Portugal, celebrado em 1943.
Agora, cerca de 80 anos depois, a Câmara Municipal de Arouca vai investir cerca de 330.000 euros para, até setembro, transformar essas duas escolas na residência de três famílias sinalizadas como a viver em “condições indignas”.
“A reconversão destas antigas escolas primárias enquadra-se nas necessidades identificadas na Estratégia Local de Habitação. As intervenções estão a ser realizadas no âmbito do programa 1.º Direito e visam criar soluções para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas por não disporem de capacidade financeira para suportar o custo do acesso a uma residência adequada”, revela fonte da autarquia à Agência Lusa.
O projeto arquitetónico para reconversão dos dois edifícios foi assegurado pela Divisão de Planeamento e Ordenamento do Território da Câmara Municipal de Arouca e prevê duas habitações T1 para a ex-escola de Vila Nova e um T2 para a de Noninha.
A atribuição desses renovados espaços vai beneficiar um total de seis pessoas, selecionadas mediante análise dos serviços sociais da autarquia às situações mais urgentes no concelho.
Uma vez realojados esses três agregados familiares, a estratégia de Arouca para a habitação tem ainda mais 31 casos para resolver.
“Para essas famílias serão criadas até 2026 soluções de renda controlada através da construção de habitações ou da reconversão de edifícios municipais, como foi o caso com as antigas escolas de Noninha e Vila Nova”, conclui a fonte da autarquia.
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