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Segundo informações de serviços de inteligência sul-coreanos, Moscovo está a recorrer cada vez mais a trabalhadores da Coreia do Norte, depois de muitos homens russos terem sido mortos, mobilizados para a guerra ou fugido do país.

Seis trabalhadores que escaparam da Rússia relataram à BBC jornadas diárias de até 20 horas, com apenas dois dias de descanso por ano, em dormiam em contentores sobrelotados ou edifícios inacabados, sob vigilância constante de agentes norte-coreanos. Alguns descreveram espancamentos, ferimentos sem assistência médica e trabalho noturno sem iluminação ou equipamento de segurança.

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Apesar de as Nações Unidas terem proibido, em 2019, o uso de mão de obra norte-coreana no estrangeiro para travar o financiamento do programa nuclear de Kim Jong Un, autoridades sul-coreanas estimam que mais de 10 mil trabalhadores foram enviados para a Rússia em 2024 e que o número total poderá ultrapassar os 50 mil este ano.

Grande parte dos salários é enviada diretamente para o regime de Pyongyang, sendo que os trabalhadores recebem apenas uma fração — geralmente entre 100 e 200 dólares por mês — e, muitas vezes, apenas quando regressam ao país, como forma de impedir fugas.

Especialistas ouvidos pela BBC alertam que estas condições, associadas a restrições cada vez mais severas à liberdade dos trabalhadores, dificultam as tentativas de fuga. Segundo o governo sul-coreano, o número de norte-coreanos que conseguem escapar da Rússia e chegar a Seul caiu para metade desde 2022.