Uma escritora norte-americana que escreveu um ensaio intitulado "Como matar o seu marido" foi condenada na quarta-feira por matar o seu marido, por um tribunal no Oregon, noroeste dos Estados Unidos.
Após oito horas de deliberação, o júri considerou Nancy Crampton Brophy culpada de assassinar Daniel Brophy.
A escritora, especializada em romances sentimentais com títulos chamativos como "O Inferno no Coração" ou "O Marido Errado", negou todas as acusações, insistindo que o facto de a sua carrinha ser vista nas câmaras de videovigilância perto do local do crime era porque ela estava a conduzir na busca de inspiração para os seus livros.
Quanto à parte de uma arma desaparecida, que a polícia diz ter sido usada no crime, garante que a comprou na procura de mais realismo, uma espécie de adereço, para escrever um livro. Também rejeitou a acusação de ter assassinado o marido para receber centenas de milhares de dólares em seguros de vida.
Os advogados da mulher, de 71 anos, indicaram a intenção de recorrer, de acordo com o jornal local “The Oregonian”.
Segundo o Ministério Público, Nancy Crampton Brophy estava com problemas financeiros quando matou o marido com duas balas no coração, em junho de 2018 na escola de culinária onde ele dava aulas.
Os estudantes iriam encontrar Daniel Brophy, 63 anos, no chão de uma sala de aula.
A esposa foi presa em setembro desse ano e está detida desde então.
No julgamento, o procurador Shawn Overstreet apresentou as provas que mostram, disse, que a arguida tinha cometido o homicídio.
"Não se trata apenas do dinheiro. É sobre o estilo de vida que ela queria, que Dan não podia proporcionar", disse o procurador.
No tribunal, Nancy Crampton Brophy negou as alegações, dizendo que os seus problemas financeiros eram uma história antiga.
"Financeiramente, estava melhor com Dan vivo do que morto", afirmou, questionando sobre o móbil do crime e considerando que a história (da sua acusação) tinha falhas.
Ainda não se sabe a duração da pena.
O ensaio "Como matar o seu marido" é dedicado à arte e à forma de se livrar de um cônjuge sem ser incomodado pela justiça.
E diz que as armas de fogo são "barulhentas, confusas e exigem alguma perícia".
Mas, conclui: o que se deve saber sobre homicídio é que cada um de nós é capaz de o fazer quando tem vontade suficiente.
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