“A vacinação é uma espécie de semear agora para começarmos a colher a partir de setembro ou outubro, se tudo correr bem”, afirmou o especialista, que foi ouvido na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

Segundo o médico intensivista, a vacinação contra a covid-19, que começou no final de dezembro de 2020, constitui uma das “maiores soluções – senão a mais importante – neste momento”, sendo necessário “criar condições para a maior taxa de cobertura vacinal no mais curto intervalo de tempo”.

Segundo disse, é necessário ainda explicar à população que, apesar de a vacinação estar já em curso, o país vai atravessar “nos próximos meses períodos muito difíceis, que vão necessitar da coesão nacional e da adesão a todas as medidas” implementadas para conter a pandemia.

Filipe Froes, que é também coordenador do Gabinete de Crise da Ordem dos Médicos, adiantou aos deputados que Portugal já atingiu o pico de novos casos de covid-19, mas que se prevê um intervalo de duas a três semanas para que esta situação se repercuta na diminuição da sobrecarga do Serviço Nacional de Saúde.

Perante isso, é “fundamental assegurarmos que todas as medidas implementadas de confinamento se mantenham”, preconizou o especialista, para quem é fundamental garantir o “esmagamento da pressão” para números inferiores a 2.000 internamentos e entre os 200 e os 300 internamentos em cuidados intensivos.

Para se atingir este objetivo, de acordo com Filipe Froes, é necessário aumentar a capacidade de testagem dos contactos de alto risco de forma imediata para identificar assintomáticos e prevenir cadeias de transmissão, garantir que os inquéritos epidemiológicos são feitos atempadamente e implementar uma campanha de combate à “fadiga pandémica”, para assegurar que os portugueses continuem a cumprir as medidas de proteção e prevenção.

O combate à pandemia da covid-19 não deve ser visto na “perspetiva da clivagem entre a saúde e economia”, alertou ainda o pneumologista, ao defender que o confinamento tem três objetivos principais: evitar a rutura do SNS, esmagar a incidência de novos casos e criar as condições para começar a recuperar o país na perspetiva social e económica.

“O confinamento, que muitas vezes é criticado em termos de duração, tem de ser enquadrado nesta tripla perspetiva para percebermos que estamos todos a lutar para os mesmos objetivos”, referiu.

Em Portugal, morreram 14.718 pessoas dos 774.889 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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