Quase quatro anos depois de Donald Trump ter anunciado a retirada dos Estados Unidos do acordo, o regresso dos EUA – a maior economia mundial e a segunda maior emissora de C02 – significa que quase todas as nações do planeta são hoje partes interessadas do tratado assinado em Paris em 2015.
“A mudança climática e a diplomacia baseada na ciência nunca mais poderão ser adições opcionais às nossas discussões de política externa”, disse o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, num comunicado.
“Responder às ameaças reais da mudança climática e ouvir os nossos cientistas está no centro de nossas prioridades internas e externas. É (uma parte) vital nas nossas discussões sobre segurança nacional, migração, medidas internacionais de saúde e na nossa diplomacia económica e nas nossas negociações comerciais”, explicou o chefe da diplomacia norte-americana.
Elogiando o acordo de Paris, negociado pelo ex-Presidente Barack Obama, Blinken assegurou ainda que a diplomacia climática que se avizinha terá um papel crucial na estratégia dos EUA.
O ex-secretário de Estado e ex-candidato à Casa Branca John Kerry, agora emissário dos Estados Unidos para as questões do clima, já antes tinha pedido à comunidade internacional para rever em alta as suas ambições climáticas durante a cimeira da ONU em Glasgow (Escócia), que decorrerá em novembro.
Joe Biden prometeu reduzir os níveis de poluição do setor de energia dos Estados Unidos a zero até 2035 e fazer com que a economia norte-americana atinja a neutralidade de carbono até 2050.
No seu mandato, Donald Trump, um aliado da indústria de combustíveis fósseis, acreditava que o acordo de Paris era injusto para os Estados Unidos e retirou o país do tratado.
Mas as ambições do acordo são, na sua maioria, não vinculativos, com cada país a ser autorizado a definir as suas próprias metas, um ponto sobre o qual Barack Obama e John Kerry insistiram ao assinar o documento em 2015, preocupados com a oposição política nos Estados Unidos.
O Acordo de Paris visa limitar o aumento das temperaturas globais a dois graus Celsius acima dos níveis pré-revolução industrial e continuar os esforços para limitar esse aumento a 1,5 graus.
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