Ao intervir na Convenção Autárquica do PSD Distrital de Viseu, Marques Mendes disse aos presentes que a sala devia "estar mais animada". "É fundamental para um tempo de eleições autárquicas. Estar na oposição não é estar na prisão, nem estar no inferno", frisou.

Marques Mendes referiu que "hoje está-se na oposição e amanhã está-se no Governo" e, por isso, aconselhou: "nada nem de jogar à defesa, nem de estar desmotivado, nem de estar minimamente desconfiante".

O antigo líder do PSD considerou que "este é um momento essencial para que a convicção e a força do ideal social-democrata venha ao de cima e se afirme nas pré-campanhas, nas campanhas e nas eleições" do próximo ano.

"É um tempo de mobilização, não é um tempo para andar a discutir coisas acessórias, andar com querelas e quezílias", acrescentou.

Para Marques Mendes, há "necessidade de acentuar e reforçar uma cultura de proximidade", porque "a política hoje é diferente e as pessoas querem que seja diferente do passado".

"Aquela ideia de que um político, um governante, um deputado, um autarca era distante das pessoas acabou e aquele que continuar a querer ser assim majestático não vai a lado nenhum", avisou.

O social-democrata explicou que "essa cultura de proximidade vê-se, por exemplo, naquilo que se convencionou chamar a cultura dos afetos que o Presidente da República tem introduzido".

"Não é por ser o Presidente da República que esse princípio está correto, é porque é o Presidente da República a adaptar-se, com a autenticidade da sua maneira de ser, aos novos tempos que exigem uma cultura de proximidade, de afetividade entre as pessoas", acrescentou.

Marques Mendes lembrou que as próximas eleições autarquicas "ocorrem num quadro internacional muito difícil e complexo" e que, vivendo-se na era da globalização, "uma constipação na Europa, normalmente é uma pneumonia cá dentro".

"Vivemos um tempo de incerteza como nunca", realçou, dando os exemplos do que se passa nos Estados Unidos da América, na Rússia e na China.

No que respeita à União Europeia, aludiu ao "referendo importante amanhã (domingo) em Itália e que pode dar uma derrota do primeiro-ministro e com isso uma crise política" e ao caso da Áustria, com "a possibilidade de, pela primeira vez, um país da União Europeia ter um Presidente da República da extrema-direita".

"Temos daqui a poucos meses eleições legislativas na Holanda, em que a extrema-direita tem uma subida exponencial. Para não falar da França e das eleições na Alemanha também no próximo ano", acrescentou.