“No final do dia de hoje, ficaríamos a dormir nas Colmeias, a 28 quilómetros do santuário. É com muita tristeza que não o podemos fazer”, afirmou à agência Lusa o presidente da Associação de Peregrinos de Nandufe, Jorge Marques.
Há oito anos que esta associação organiza peregrinações, envolvendo pessoas de várias freguesias do concelho de Tondela.
“A pé, costumavam ir 50 a 60 pessoas e depois íamos mais 20 e tal apoiantes. Éramos sempre à volta de 80 pessoas, entre peregrinos e apoiantes”, referiu Jorge Marques, contando que alguns deles nunca falharam um ano.
Segundo o responsável, “há aqueles que estão mesmo a sofrer, porque sem irem nesta altura a Fátima já não ficam bem”.
Para a peregrinação deste ano, já estavam inscritas cerca de 60 pessoas, que não se vão poder juntar, devido ao risco de contágio do novo coronavírus.
“Temos estado a pedir para rezarem e acenderem uma velinha no dia 12, mas cada um faz à sua maneira. Para os mais chegados, é como se estivéssemos juntos, porque já são muitos anos”, afirmou.
Jorge Marques disse que “algumas pessoas já pediram para organizar uma peregrinação em outubro”, mas, na sua opinião, tal será de evitar, até porque muitos dos voluntários que dão apoio aos peregrinos pertencem a grupos de risco.
A associação dispõe de carrinhas de apoio e de tendas, disponibiliza refeições e serviços de enfermagem e de fisioterapia e organiza as dormidas e os banhos.
O responsável está já a pensar em como organizar as peregrinações dos próximos anos, porque, já numa situação normal, há pessoas em lista de espera.
“Com isto tudo, haverá muita gente a querer ir para o ano e para os próximos. Não sei como é que vai ser”, referiu.
O reitor do Santuário de Fátima, Carlos Cabecinhas, pediu aos peregrinos para não se deslocarem ao recinto nos dias 12 e 13.
A quem tinha intenção de este ano se deslocar ao santuário, o padre pede que faça esta peregrinação “pelo coração” e que acompanhe a transmissão das celebrações através dos meios de comunicação social, da internet e das redes sociais.
As celebrações decorrerão no recinto, que este ano estará encerrado devido às regras sanitárias definidas pelo Governo no contexto da declaração do Estado de Calamidade pública, em articulação com a Conferência Episcopal Portuguesa, e que impedem as celebrações religiosas com a presença de fiéis.
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