Responsável pelo edifício, a Infraestruturas de Portugal (IP) defende que a estátua seja exposta "como memória futura da preservação do património cultural".
Num comunicado enviado à agência Lusa, a IP cita um relatório da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) "a quem competiu o processo de avaliação" e, "uma vez que o ato de vandalismo praticado sobre a estátua de D. Sebastião a deixou sem hipótese de restauro, a IP-Património está a promover os procedimentos tendentes à realização de uma consulta pública de especialistas para o restauro da peça".
A IP esclarece que se procedeu "à recolha e devido acondicionamento de todos os fragmentos da estátua em estreita colaboração com a DGPC e técnicos das duas entidades analisaram os danos e avaliaram as hipóteses da sua recuperação".
O "trabalho de restauro é muito exigente e será desenvolvido em estreita parceria com a DGPC, entidade com a qual a IP-Património tem colaborado desde a primeira hora", lê-se no mesmo comunicado, adiantando que "a peça será posteriormente colocada para exposição em local seguro para que não seja alvo de outros atos de vandalismo e que constitua como memória futura da preservação do património cultural".
A IP esclarece também que o autor da obra é o escultor francês Gabriel Farail (1838-1892) e não José Simões de Almeida (tio), a quem foi atribuída por um grupo de cidadãos que no passado dia 22 exigiu a "reposição" da estátua.
"A assinatura está localizada na zona lateral do escudo e é visível em dois pedaços partidos", afirma a IP.
A estátua do rei D. Sebastião foi danificada em maio de 2016, quando um turista tentou fotografar-se junto dela e esta, com cerca de 130 anos, cedeu e partiu-se.
O grupo de cidadãos que no passado dia 22 exigiu a "reposição" da estátua disseram, nessa altura, que há uma réplica no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, também em Lisboa, e colocaram a hipótese de se fazer uma nova estátua, a partir dos moldes originais que, supostamente, se encontram no Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado.
Câmara de Lisboa quer reposição da estátua original de D. Sebastião na estação do Rossio
A Câmara de Lisboa aprovou hoje, por unanimidade, uma moção para a reposição da estátua original de D. Sebastião, que fazia parte da ornamentação da fachada da estação ferroviária do Rossio, “com a maior brevidade possível”.
A estátua do rei foi danificada em maio de 2016, quando um turista tentou fotografar-se junto dela, e esta, com cerca de 130 anos, cedeu e partiu-se.
No documento, apreciado em reunião pública do executivo, a decorrer nos Paços do Concelho, é solicitado à Infraestruturas de Portugal (IP) “a prestação de informação sobre os procedimentos e diligências em curso relativos ao restauro da estátua de D. Sebastião”.
A moção, que partiu da vereação do CDS-PP, pede também à IP a reposição da estátua “com a maior brevidade possível”.
Apesar da versão inicial do documento sugerir a colocação de uma réplica da estátua na estação do Rossio e a musealização da versão original, o presidente da Câmara de Lisboa pediu a retirada desse ponto.
“As estátuas são para estar no espaço público”, defendeu Fernando Medina (PS), considerando que a câmara deve pedir à IP a reposição da estátua original “e não de uma réplica”.
(Artigo atualizado às 21:23)
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