“Exames nacionais aumentam as desigualdades”, “Para os bancos vão milhões, para as escolas só tostões”, “Exames nacionais são a barreira de acesso ao ensino superior”, “Exigimos mais funcionários para as escolas” ou “Governo escuta, estudantes estão na luta” eram as frases inscritas nos cartazes e proferidas esta tarde por estudantes de várias escolas do secundário do Porto que pertencem ao movimento “Exames Não”.
“Estamos aqui para lutar pelo fim do modelo do exame nacional, porque consideramos que é uma forma de elitizar o ensino superior, de dificultar a entrada e ainda aumenta mais as dificuldades sócio-económicas que verificamos”, declarou à Lusa Madalena castro, 19 anos, e estudante da área de Línguas e Humanidades e um grupo de elementos do movimento Exames Não, que hoje está em protesto contra os exames nacionais.
Em entrevista presencial à agência Lusa, Madalena Castro acrescentou que esta manifestação surge num contexto epidemiológico da covid-19 onde se sabe que “muitos estudantes não têm acesso a muitos recursos” e em que “muitas famílias estão a viver em instabilidade por perdas de rendimentos” e que esta época de pandemia veio colocar mais “a nu a fragilidade” de um sistema que consideram injusto para os alunos do secundário sejam “avaliados em duas ou três horas” sobre um percurso que demora a fazer dois ou três anos.
Com as máscaras colocadas na cara e posicionados a cada dois metros de distância à frente da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, cada aluno participante gritava a frase “mais, mais, mais, condições sociais” e cada um segurava num cartaz com uma frase a criticar o que, no entender deles, está mal no ensino público em Portugal, designadamente a falta de funcionários nas escolas.
A ação de protesto do movimento Exames Não, criado este ano, tem como objetivo sensibilizar a opinião pública e as entidades políticas em relação aos problemas que os exames nacionais colocam aos estudantes.
Vários agentes da PSP acompanharam a ação de protesto junto da Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 479 mil mortos e infetou mais de 9,3 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.543 pessoas das 40.104 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.
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