Após uma reunião em Adis Abeba, a Comissão Eleitoral propôs aquela data, adiantando que a campanha dos candidatos decorrerá de 15 de fevereiro a 31 de maio e que serão instaladas 40.000 assembleias de voto.

Os resultados do escrutínio serão divulgados entre 6 e 28 de junho, segundo o órgão eleitoral.

O partido no poder, a Frente Democrática Revolucionária do Povo Etíope (EPRDF), que controla todos os lugares no parlamento, prometeu realizar eleições credíveis, nas quais o atual primeiro-ministro e prémio Nobel da Paz, Abiy Ahmed, disputará um novo mandato.

Abiy, 44 anos, chegou ao poder em abril de 2018 e realizou importantes reformas na Etiópia, o segundo país mais populoso de África e a maior economia do leste do continente. Acabou com o estado de emergência, amnistiou milhares de presos políticos, legalizou os partidos da oposição e comprometeu-se a realizar eleições.

Pela sua contribuição para o fim do conflito entre a Etiópia e a Eritreia, o governante foi galardoado com o Nobel da Paz 2019.

Mas Abiy também foi criticado por não resolver alguns problemas, como as tensões étnicas, que têm causado ondas de violência e fizeram da Etiópia o país com mais novos deslocados em todo o mundo.

Também reprovado foi o lançamento no mês passado de uma ofensiva militar que derrotou a Frente Popular de Libertação do Tigray (FPLT), que governava esta região no norte do país, e que causou centenas de mortos, obrigando mais de 52.000 pessoas a procurarem refúgio no vizinho Sudão.

O adiamento das eleições previstas para agosto contribuiu para o aumento da tensão entre o Governo de Abiy e a região dissidente do Tigray.

A FPLT realizou legislativas na região em setembro, eleições consideradas ilegais pelo governo central e que terão incentivado a ofensiva desencadeada em 04 de novembro, para restaurar a “ordem constitucional” em Tigray.