"Vimos surgir uma China muito diferente nos últimos anos sob a liderança de Xi Jinping", afirmou Blinken, num fórum da Universidade de Stanford com a ex-secretária de Estado norte-americana Condoleezza Rice.
"É mais repressiva em casa, é mais agressiva no exterior. E, em muitos casos, tal representa um desafio aos nossos próprios interesses, assim como aos nossos próprios valores", acrescentou.
Xi, que está prestes a garantir um terceiro mandato de cinco anos como chefe da nação mais populosa do mundo, fez um discurso histórico no Congresso do Partido Comunista no domingo. Nele, elogiou as conquistas da sua década no poder e reafirmou a sua promessa de "reunificar" Taiwan, um dia, ou tomar à força.
Blinken acusou Xi de "criar uma tremenda tensão", ao mudar a sua postura em relação à autonomia do governo de Taiwan, uma ilha que o Partido Comunista da China (PCC) nunca controlou, mas que considera como uma província rebelde e reivindica como sua.
Sem fazer uma estimativa de datas, o secretário norte-americano ressalvou que a China tomou uma "decisão fundamental de que o 'status quo' já não é aceitável e que Pequim está determinada a procurar a reunificação num prazo muito mais rápido".
A postura da China foi, durante muito tempo, a procura da "reunificação pacífica" com Taiwan, mas reserva-se ao direito do uso da força, em caso de necessidade, especialmente, se a ilha algum dia declarar formalmente a sua independência.
No governo de Xi, no entanto, a retórica e as ações contra Taiwan tornaram-se mais duras.
Em resposta ao discurso de Blinken, o porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, acusou Washington de mudar a sua própria postura em relação a Taiwan, citando exemplos como a visita da presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, e a venda de armas à ilha, em setembro.
"A resolução pacífica do problema de Taiwan não pode coexistir com o separatismo de Taiwan", frisou Wang.
Xi deve reunir-se com o presidente norte-americano, Joe Biden, à margem de uma cimeira do G20 no próximo mês, em Bali. Se acontecer, será o primeiro encontro entre os dois desde que o líder dos EUA assumiu o cargo.
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