DeJoy, que foi um doador da campanha do presidente Donald Trump em 2016, assumiu o cargo no USPS em junho e ordenou nas últimas semanas a retirada de caixas de coleta e equipamentos de processamento, bem como a redução das horas extraordinárias para os seus trabalhadores.

O diretor reorganizou também os cargos de alta gerência dos serviços e  o USPS alertou a maioria dos estados que pode não garantir a entrega oportuna das cédulas de voto. Medidas como estas reduziriam os prazos de entrega em todo o país, disse um líder sindical à AFP.

Paralelamente, Trump — que aparece nas sondagens eleitorais atrás do democrata Joe Biden — foi acusado de minar o processo eleitoral depois de se dizer contrário a dar mais recursos ao USPS, que sofre de problemas de liquidez, sabendo que esses recursos seriam usados para as votações por email.

O presidente dos EUA também tem afirmado, sem provas, que o voto pelo correio levará à fraude eleitoral, numa fase em que se espera que uma grande parte dos eleitores recorram aos serviços postais como uma opção mais segura para exercer o seu direito de voto durante a pandemia.

Os democratas no Congresso aproveitaram as mudanças e comentários de Trump para alegar que a Casa Branca estava a conspirar para minar a confiança nos correios e ajudar Trump a concorrer a um segundo mandato.

"Puro Trump. Ele não quer eleições", disse Biden. Sob pressão do Congresso e dos manifestantes, DeJoy mudou a sua postura na semana passada e disse que as reformas seriam suspensas até depois das eleições de novembro.

No entanto, o Congresso manteve o pedido DeJoy encontra-se hoje a testemunhar perante o Senado, continuando o processo na próxima semana.

Os Estados Unidos são o epicentro da pandemia da Covid-19 em todo o mundo e espera-se que a votação pelo correio atinja números recordes. Três quartos da população votariam por correspondência, de acordo com as estimativas.