Julius Jones, afro-americano de 41 anos condenado à pena de morte em 2002, terá, no entanto, de permanecer na prisão até ao fim da sua vida.

Menos de quatro horas antes da injeção letal, o governador republicano Kevin Stitt, alvo de intensa pressão, comutou a sentença para prisão perpétua.

“Julius Jones não poderá pedir novas comutações, perdão ou liberdade condicional até o fim da sua vida”, salienta, no entanto, o decreto publicado no sítio oficial na Internet do Oklahoma, Estado conversador e rural no sul dos Estados Unidos.

Kevin Stitt revelou ainda que tomou a decisão “depois de ter rezado e examinado os documentos apresentados por todas as partes".

Em comunicado, a advogada do condenado, Amanda Bass, agradeceu ao governador “por ter evitado um erro irreparável”.

E disse ainda esperar que o governador siga “inteiramente as recomendações do gabinete dos indultos”.

Alegando dúvidas sobre a culpa de Julius Jones no homicídio pelo qual foi condenado, a defesa do norte-americano recomendou duas vezes comutar a sentença para prisão perpétua e permitir que este solicitasse a liberdade condicional.

Também a estrela da televisão norte-americana Kim Kardashian, uma das figuras que se mobilizou no apoio a Julius Jones, destacou através da rede social Twitter a satisfação pela decisão.

Julius Jones foi condenado à morte em 2002 pelo homicídio de um empresário, Paul Howell, crime que sempre negou, alegando ter sido mal defendido pelos primeiros advogados e ter sido discriminado durante o julgamento.

As suas ações judiciais foram rejeitadas e a família do empresário, incluindo a sua filha, continuam convencidos da culpa de Jones.

As falhas no caso judicial tornaram-se tema de documentários e de um podcast, conquistando a opinião pública, com famosos, desportivas ou embaixador da União Europeia (UE) nos Estados Unidos a associarem-se à causa para evitar a execução do norte-americano.