“Estou satisfeito de ver que o regime de Pyongyang tem demonstrado algum nível de contenção”, disse Rex Tillerson, numa conferência de imprensa.

“Não tivemos lançamentos de mísseis nem atos provocativos por parte da Coreia do Norte desde a adoção unânime [no início de agosto] da resolução do Conselho de Segurança da ONU”, para sancionar parte das exportações de Pyongyang”, acrescentou.

O chefe da diplomacia norte-americana espera que este seja “o começo do sinal” de que os Estados Unidos (EUA) têm estado à espera – “que demonstrem mais contenção” -, algo que “com o tempo poderá vir a ser um passo para o diálogo”, embora Washington queira ainda ver mais do lado norte-coreano para tomar essa medida.

Durante este mês, Washington e Pyongyang trocaram várias ameaças, numa das piores escaladas de tensão dos últimos anos, que começaram quando a Coreia do Norte ameaçou atacar os Estados Unidos em resposta às sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) pelo lançamento de mísseis balísticos intercontinentais.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, respondeu com um tom agressivo a essa ameaça, o que levou, por sua vez, o regime norte-coreano a advertir para um possível ataque à ilha norte-americana de Guam, no Pacífico Ocidental.

A tensão retórica moderou-se nas últimas semanas, mas poderia ainda reativar-se devido ao início, na segunda-feira, de manobras militares conjuntas de Seul e Washington, que mobilizam cerca de 67.500 soldados na península coreana.

A porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, disse este mês que os Estados Unidos não descartam o diálogo com a Coreia do Norte, um país com o qual não tem relações diplomáticas.

“Teríamos de saber que a Coreia do Norte está a dar passos sérios no caminho da desnuclearização e não estamos perto desse ponto. Eles não nos mostraram que estão próximos de se sentar e conversar”, disse Heather Nauert, em meados de agosto.

No entanto, o Governo de Donald Trump já manteve algumas conversações com o regime norte-coreano, um diálogo discreto que começou em Oslo (Noruega) em maio de 2017, de acordo com a investigadora e especialista na região Susan DiMaggio, que estabeleceu os contactos.