Travis McMichael, 36 anos, o seu pai Gregory McMichael, 65, e o seu vizinho William Bryan, 52, foram condenados à prisão perpétua por um tribunal estadual da Geórgia após um julgamento que abordou o aspecto racista do crime.

Esta questão deveria ter sido abordada num segundo julgamento em fevereiro perante um tribunal federal que acusou os três homens de um "crime racista".

Mas os McMichaels chegaram a um acordo judicial com promotores federais, de acordo com documentos divulgados no domingo. Se o juiz validar o acordo, um novo julgamento será evitado e os dois poderão cumprir parte da sua pena numa prisão federal, em troca da admissão da sua culpa.

Os Arberys consideram este ato "uma traição" e "opõem-se fortemente", disse so eu advogado Lee Merritt. "O Departamento de Justiça está a transformar uma vitória numa derrota", adiantou, pois a família Arbery "lutou muito para garantir que esses homens passassem o resto das suas vidas em prisões estaduais" e enviá-los para "centros de detenção federais mais seguros, menos lotados e mais bem administrados" seria oferecer-lhes "uma recompensa."

A mãe de Ahmaud Arbery, Wanda Cooper Jones, defenderá a sua posição nesta segunda-feira perante o juiz responsável pelo caso. "Deixei claro em todas as etapas que não concordei com a proposta de um acordo com eles", disse em comunicado.

Arbery, 25, estava a fazer jogging em Brunswick em 23 de fevereiro de 2020 quando os três homens, armados e a bordo de duas carrinhas, o perseguiram. Travis McMichael matou-o. Os três homens brancos disseram que o confundiram com um ladrão que queriam prender.

Por mais de dois meses, a polícia não os deteve até que um vídeo da tragédia circulou pelas redes sociais.

Ahmaud Arbery tornou-se então um emblema do movimento Black Lives Matter durante as grandes manifestações antirracistas do verão de 2020.