Os EUA registaram um número recorde de votos por correio este ano, votos esses que demorarão mais tempo a ser contados. Segundo o Politico, estes votos podem ter especial impacto, uma vez que sondagens apontavam que os eleitores que votavam presencialmente no dia das eleições favoreceriam Trump, enquanto os eleitores que votaram através do correio apoiavam, na maioria, o candidato democrata Biden.
À hora em que publicamos este artigo, a contagem dos votos aponta Trump como estando liderança em alguns "swing states”. No entanto, os estados que ainda não estão "fechados" são precisamente aqueles que apresentam um grande volume de votos pelo correio.
Aproximadamente um terço dos votos esperados ainda não foram contados no Michigan ou na Pensilvânia, e parte dos votos esperados do Wisconsin também estão pendentes.
A este respeito, de resto, o governador da Pensilvânia, Tom Wolf, informou, através da rede social Twitter, que faltam ainda contabilizar um milhão de votos por correspondência no Estado da Pensilvânia.
Além de estes três estados terem sido considerados fulcrais na vitória de Trump em 2016, as leis estatais toleram aos administradores eleitorais um tempo mínimo para processar os votos por correio antes do encerramento das urnas, o que significa que os atrasos podem suceder-se.
Vários estados anunciaram, inclusivamente, que não contariam mais votos por correio na noite de eleições. No caso da cidade de Filadélfia, no estado da Pensilvânia, só cerca de 20% desses boletins foram apurados e a contagem só será retomada durante o dia de hoje.
Já no Milwaukee, Wisconsin, a contagem dos votos por correio deverá seguir madrugada dentro nos EUA (já manhã em Portugal), na melhor das hipóteses.
Assim, são vários os estados que deixam os resultados das eleições “em suspenso”. Este ano, além da enorme afluência antecipada às urnas - quase 100 milhões -, o elevado número de votos por correspondência está a dificultar as projeções realizadas pelos vários meios de comunicação sobre quem será o próximo Presidente dos Estados Unidos da América.
Existe ainda uma outra questão que pode vir a colocar em causa o anuncio oficial: o risco de processos legais. Que, de resto, já começou, uma vez que a campanha do presidente e o Comité Nacional Republicano processaram a prorrogação dos prazos de devolução das urnas em vários estados.
A candidatura de Biden também já se pronunciou, afirmando que vai contrariar quaisquer esforços de Donald Trump de recorrer ao Supremo Tribunal para evitar mais contagem de votos.
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