Os congressistas republicanos Jim Jordan — presidente da Comissão — e Mike Johnson escreveram uma carta ao procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, anunciando o início da investigação e solicitando documentos relacionados com o caso, incluindo relatórios do Departamento de Justiça, do FBI e da Casa Branca, e a nomeação do conselheiro especial que investiga o caso.

“Estamos a acompanhar as ações do Departamento de Justiça em relação à gestão incorreta de documentos classificados pelo antigo vice-presidente Biden, incluindo a aparente posse não autorizada de material classificado num escritório privado de Washington DC e na garagem da sua residência em Wilmington, Delaware”, refere a carta.

“Esperamos a vossa total cooperação com a nossa consulta”, acrescentaram Jordan e Johnson, que solicitaram que os materiais fossem enviados até 27 de janeiro.

A carta sublinhou preocupações relacionadas com “transparência e responsabilidade por parte do mais alto poder executivo”.

Na sexta-feira, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes abriu também uma investigação sobre a retirada de tropas do Afeganistão, determinada pela administração de Biden e classificada como caótica.

Horas antes, o procurador-geral dos Estados Unidos, Merrick Garland, tinha escolhido Robert Hur, ex-procurador dos Estados Unidos nomeado pelo ex-Presidente Donald Trump, como conselheiro especial para investigar o caso dos documentos de Biden.

A escolha de Hur marca a segunda vez em poucos meses que Garland nomeia um procurador especial.

As investigações, incluindo uma a envolver Trump, estão relacionadas com informações confidenciais, embora existam diferenças entre casos.

Biden adiantou na terça-feira que desconhece o conteúdo dos documentos confidenciais.

“Os meus advogados não sugeriram que eu perguntasse sobre o que eram os documentos. Entregaram as caixas nos arquivos e estamos a cooperar plenamente com a revisão” dos documentos, salientou o chefe de Estado.

Na noite de segunda-feira, o assessor jurídico de Biden, Richard Sauber, informou que os advogados do Presidente descobriram, em novembro, um “pequeno número de documentos classificados” num “armário trancado” no Penn Biden Center, um ‘think tank’ ligado à Universidade da Pensilvânia, e procederam à entrega dos mesmos ao Arquivo Nacional, responsável por preservar esse tipo de material.

Biden manteve um escritório nessas instalações depois de deixar a vice-presidência em 2017, até pouco antes de lançar sua campanha presidencial em 2019.