No documento a que a agência Lusa teve hoje acesso, os eurodeputados portugueses José Gusmão e Marisa Matias querem saber quais as medidas que a CE irá tomar junto de Espanha, para não permitir que a elétrica Iberdrola continue a restringir a travessia entre Portugal e Espanha.

"Perante esta inaceitável restrição ao princípio da livre circulação de pessoas no espaço Schengen, do qual fazem parte ambos os países, que medidas tomará a Comissão Europeia para instar o Estado-Membro espanhol a não permitir que a sua empresa hidroeléctrica continue a restringir a travessia entre Portugal e Espanha", questionam.

No início de dezembro, a coordenadora do BE Catarina Martins, acusou a elétrica espanhola Iberdrola, responsável pela gestão da barragem de Cedillo, de cortar a fronteira entre Portugal e Espanha, e prometeu levar o assunto ao Parlamento Europeu e ao Parlamento português.

Os eurodeputados do BE explicam que a Iberdrola, "alegando questões de segurança", controla e restringe a travessia da barragem, ou seja, da fronteira entre Portugal e Espanha naquela zona.

"A passagem só é possível entre sábado às 09:00 e domingo às 22:00 e por veículos automóveis, cuja circulação é controlada por segurança privada da hidroelétrica", sustentam.

Adiantam que durante a semana, as populações vizinhas dos dois países ibéricos, distanciadas por cerca de 15 quilómetros, têm que percorrer mais de 120 quilómetros para chegarem de uma localidade à outra.

José Gusmão e Marisa Matias recordam ainda à CE que a construção de uma ponte internacional "Montalvão-Cedillo" esteve várias vezes nas agendas de ambos os países, mas a sua concretização tem sido continuamente adiada.

Neste âmbito, questionam também a CE sobre a disponibilidade para viabilizar a concretização de um projeto adequado de travessia entre as localidades fronteiriças referidas.

A barragem de Cedillo, marca a entrada do rio Tejo em território nacional, onde a margem norte é portuguesa e a margem sul é espanhola e define a fronteira entre os dois países ibéricos.