“Vários concelhos da região de Lisboa” foram alvo de “vandalismo”, escreveu no Facebook o membro da Comissão Política do Bloco de Esquerda Fabian Figueiredo, que relatou os acontecimentos que ocorreram nesta sexta-feira.

“Na Amadora vandalizaram o mural evocativo dos 30 anos de assassinato de José Carvalho - a primeira vítima mortal dos skinheads neonazis no pós 25 de abril”, descreve. "Guerra aos inimigos da minha terra", escreveram no mural.

Em Loures, foram escritas "palavras de ordem de ódio de racial” no Centro de Acolhimento para Refugiados, como "Morte aos Refugiados" e "Europa aos Europeus".  As escolas secundárias de Sacavém e Portela também foram vandalizadas. "Voltem para África" e "Fartos do cheiro a catinga", foram algumas das frases escritas nas fachadas destas instituições.

Na capital, os alvos de palavras de ódio foram a sede do Bloco de Esquerda, na Rua de São Bento, e a Escola Secundária Eça de Queirós, nos Olivais.

O deputado denuncia que estas frases são o resultado da “exaltação de ideias de extrema direita”. “Esperemos que os autores destes atos de vandalismo e de promoção do ódio social e racial sejam identificados e levados às justiça. As nossas cidades não devem dar um milímetro de espaço a quem pretende promover as mais tenebrosas ideias da história contemporânea”, escreveu Fabian Figueiredo.

Na “sequência dos atos de xenofobia e de racismo expressos nos muros externos vandalizados do Centro de Acolhimento para Refugiados na Bobadela”, o Conselho Português para os Refugiados escreveu na sua página de Facebook que repudia “veementemente qualquer atitude de violência e de ódio na sociedade portuguesa".

Estes atos de vandalismo surgem na mesma semana em que a estátua de Padre António Vieira, em Lisboa, foi vandalizada com tinta vermelha, tendo sido escrita a palavra “descolonização” no seu pedestal.

Entretanto a estátua já foi limpa pela Câmara de Lisboa, que diz condenar “todos os atos de vandalismo”.