A inauguração desta estátua, colocada no Largo Trindade Coelho, em Lisboa  deu-se a 22 de junho de 2017, numa cerimónia presidida pelo Presidente da Câmara Municipal da cidade, Fernando Medina.

A instalação deste monumento, segundo a autarquia, "resulta de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa (CML) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) para a requalificação do Largo Trindade Coelho", tendo sido já projetada em 2009.

Foi a SCML a assumir "a responsabilidade pela concepção e execução do monumento", tendo sido criado pelo escultor Marco Telmo Areias Fidalgo.

Desde então, esta estátua tem sido objeto de controvérsia pelas ligações que Padre António Vieira teve com o passado colonial português, tendo mesmo ocorrido uma tentativa de protesto organizada pela organização SOS Racismo em 2017, impedida pelo facto de membros de grupos de extrema-direita terem feito um cordão de segurança à volta do monumento.

Na cerimónia de inauguração, Fernando Medina disse que a estátua é "uma obra particularmente bonita" dedicada a "uma das maiores personalidades do pensamento português que não tinha a devida expressão de reconhecimento” e que desejou que fosse "o primeiro de vários seguimentos públicos de recuperação e elevação dessa extraordinária figura portuguesa”.

Este ato de vandalismo foi perpetrado à semelhança do que tem ocorrido noutros países, onde estátuas associadas ao colonialismo ou a figuras consideradas racistas têm sido alvo de ataques. Estes têm sido cometidos no âmbito dos protestos antirracistas desencadeados pela morte do afroamericano George Floyd às mãos da polícia norte-americana.

No passado domingo, manifestantes em Bristol arrancaram a estátua de Edward Colston, um traficante de escravos britânico do século XVII do seu pedestal e atiraram-na à água do rio Avon. A estátua foi hoje recuperada e vai ser armazenada até ser colocada num museu.

Já uma estátua do fundador do escutismo, Robert Baden-Powell, em Poole, no sul da Inglaterra, vai ser removida pela autarquia para evitar que seja alvo de militantes antirracistas, se bem que vários habitantes locais mobilizaram-se nesta quinta-feira para protegê-la. Em causa estão as opiniões racistas, homofóbicas e de simpatia de Baden-Powell pelo regime nazi.

Os protestos pela morte de Floyd também resultaram na destruição de estátuas nos Estados Unidos.

Uma efígie de Cristóvão Colombo foi arrancada e atirada a um lago na terça em Richmond, Virgínia, e outra foi vandalizada no centro de Miami, coberta com tinta vermelha e mensagens que diziam "As ruas são nossas", "Black Lives Matter" (Vidas Negras Importam) e "George Floyd".

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