“Após o desastre em Cutro [na Calábria, sul de Itália], escrevi aos presidentes da Comissão Europeia e do Conselho da Europa para reiterar que não se pode esperar mais”, afirmou Meloni.
“Não podemos continuar impotentes à espera do próximo naufrágio, perigo que, insisto, é causado por travessias organizadas por traficantes de pessoas sem escrúpulos. As fronteiras da Itália são as fronteiras da Europa””, acrescentou.
Meloni sublinhou que um dos caminhos passa por encontrar formas de impedir que os migrantes e os refugiados sejam forçados a tentar chegar à Europa em primeiro lugar.
“Antes do hipotético direito de emigrar, todo o ser humano deve ter o direito de não ser forçado a migrar em busca de uma vida melhor. Este é precisamente o aspeto que a Europa e o Ocidente negligenciaram culposamente nos últimos anos”, defendeu.
Meloni lembrou que o Governo italiano conseguiu colocar o tema da migração no topo da agenda da cimeira extraordinária do Conselho Europeu, realizada em fevereiro.
“Estamos diante de uma emergência que se está a tornar estrutural”, frisou.
Meloni também comentou as atividades dos navios de resgate de migrantes realizadas por organizações não-governamentais que operam no Mediterrâneo, sublinhando que os países que ostentam as bandeiras das embarcações devem também envolver-se na gestão dos migrantes resgatados.
“[Os navios de resgate devem operar] não apenas em Itália, que é, geralmente, o país que os navios solicitam para atribuir-lhes um porto seguro devido à posição geográfica italiana”, concluiu.
As rotas do Mediterrâneo central provocaram desde 2014 mais de 20.500 mortes, entre as quais cerca de 300 desde o passado mês de janeiro, de acordo com os dados mais recentes da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
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