Acompanhada por José Gusmão, o 'número dois' da lista bloquista ao Parlamento Europeu, Catarina Martins liderou hoje à tarde uma ação da campanha para as eleições europeias - a cabeça de lista está a caminho de Lisboa para o debate da RTP - e deslocou-se até à extensão de saúde de Mamodeiro, em Aveiro, onde a população reclama um médico, uma vez que neste momento só tem um dia por semana.
"Nas questões da saúde, o Bloco de Esquerda tem estado tanto nestas lutas muito concretas, locais - garantir que um médico que se reforma é substituído para toda a população ter acesso à saúde e ao seu médico de família - como nas lutas mais gerais, fazer uma Lei de Bases da Saúde que proteja o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e que o torne mais forte", explicou.
Mais à frente nas declarações aos jornalistas, a líder bloquista defendeu que se deve falar destes temas "com seriedade" e não se confundir o que são Parcerias Público-Privadas (PPP), “ou seja, entrega a privados de hospitais que já são públicos, com a necessidade que o Estado tem, e vai continuar a ter, de contratualizar com privados nas áreas em que não há oferta. Toda a gente percebe em Portugal que as PPP na saúde são tão lesivas como em todos os outros setores".
"Quando eu ouço outros partidos a falar, tenho a ideia de que querem essa confusão, sim. Querem criar um alarmismo, como quem diz quando o BE quer acabar com PPP, quer dizer que todas as prestações de saúde que são asseguradas por privados vão desaparecer e vai ser o caos", respondeu.
Catarina Martins fez questão de garantir que "isso é mentira" e aproveitou para explicar a posição do BE.
"O que nós dizemos é: não se paga o privado o que o SNS pode fazer, não se escolhe o SNS para dar mais negócio ao privado e não se entrega hospitais que já são públicos, pagos com o dinheiro de todos nós, a um privado para fazer o que lhe apetece", concretizou.
Para a líder do BE, "se o PS nunca tivesse recuado, o problema não existia", aproveitando para ir mais longe: "se ninguém recuar nós temos uma boa Lei de Bases da Saúde".
"Seguramente o BE não defende que se acabe com os cuidados de saúde que são fornecidos por privados. O que defendemos é que só se contratualiza com privados quando o SNS não tem resposta. É o mesmo que se faz na educação", explicou.
Questionada sobre se pensava como Marisa Matias, que a semana passada apontou que ainda havia tempo para uma Lei de Bases da Saúde que defendesse o SNS, Catarina Martins lembrou que "se o BE desistisse cedo demais", não se teria dado nenhum dos passos nesta legislatura.
"Se há algo que toda a gente sabe no país é que o BE nunca desiste de uma batalha, nunca desiste de uma melhoria da vida concreta das pessoas e portanto até estar terminado estaremos a fazer tudo para conseguirmos ter uma lei de bases da saúde que responda pelo país, que responda aquele repto que nos deixaram António Arnaut e João Semedo para salvar o SNS", apelou.
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