Em declarações aos jornalistas no final de uma visita à Feira de Espinho, ao lado do cabeça de lista do PSD Paulo Rangel, Montenegro disse estar disponível para contribuir para a campanha das legislativas e até ao lado do presidente do partido, Rui Rio.
“No PSD estamos habituados a conviver com opiniões diferentes e, a partir da diferença, construir projetos comuns”, justificou.
Luís Montenegro evitou comentar a posição do partido na recente crise política relacionada com os professores, preferindo reiterar que acredita num PSD “na linha da frente do trabalho de afirmação de uma alternativa política que garanta ao PSD condições para vencer as legislativas”.
“Na parte em que humildemente possa contribuir, cá estarei”, assegurou, respondendo estar “com certeza” disponível para fazer campanha ao lado de Rui Rio.
O antigo líder parlamentar e ex-deputado apontou duas razões para o voto no PSD no próximo dia 26 de maio.
“A primeira é que o PSD apresenta de longe o candidato mais qualificado e em melhor posição de defender os interesses de Portugal na Europa”, afirmou.
Por outro lado, Montenegro acusou o PS de ter sido modificado “para o lado mau” pela Europa nos últimos três anos e meio e de estar “obcecado com o défice”.
“É com um Governo de esquerda que o Estado social sofreu a maior machadada de sempre da nossa vida democrática. É com o António Costa, com Catarina Martins, com Jerónimo de Sousa, que há mais problemas na saúde, na educação, em todos os serviços públicos”, afirmou.
Questionado sobre a recente crise política, Montenegro apenas apontou que o próprio ministro das Finanças admitiu que “a austeridade continua na vida das pessoas”, mas através de mais impostos e piores serviços”.
“O primeiro-ministro convidou o país a usar as eleições para fazer uma avaliação do Governo. Pois bem, essa avaliação deve ser feita: deve ser mostrado um cartão amarelo para em outubro ser mostrado um cartão vermelho e mudarmos de Governo”, defendeu.
Questionado se no pós-europeias não se vai ouvir no PSD palavra “poucochinho” (como aconteceu no PS há cinco anos), Montenegro respondeu: “No PSD vai-se ouvir sempre a luta voto a voto, cidade por cidade”.
Também o cabeça de lista do PSD classificou a participação de Montenegro na campanha em Espinho, a sua terra, como “a coisa mais natural do mundo”.
“O PSD está sempre unido nos momentos importantes”, afirmou, dizendo que a presença do antigo deputado nasceu de “um compromisso bilateral”.
Luís Montenegro foi sempre eleito deputado por Aveiro – até renunciar ao mandato no ano passado – e integrou a Assembleia Municipal de Espinho.
Em janeiro, o antigo deputado desafiou o presidente do PSD a convocar eleições antecipadas no partido. Rui Rio não aceitou o repto, mas apresentou uma moção de confiança à direção, que foi aprovada em Conselho Nacional com 60% dos votos.
Depois desse momento, Montenegro prometeu reserva nas intervenções públicas quanto às divergências que mantém com Rui Rio até às eleições legislativas de 06 de outubro.
Comentários