O antigo assessor para a Segurança Nacional do Presidente Donald Trump, Michael Flynn, declarou-se hoje culpado por mentir ao FBI, no dia em que um juiz federal informou que o general reformado está a cooperar com a justiça norte-americana.
"Sim, senhor", respondeu hoje o general Flynn diante de um juiz num tribunal federal em Washington, depois de ter sido acusado pelo procurador especial Robert Mueller, na quinta-feira, de fornecer declarações “falsas, imaginárias e fraudulentas”.
"Declarar-me culpado e o meu acordo para cooperar com o escritório do procurador especial são reflexo de uma decisão tomada em defesa dos interesses da minha família e do meu país", declarou o ex-assessor numa nota oficial.
O general disse que foi "extraordinariamente doloroso" enfrentar durante vários meses a acusação de traição e disse que "essas falsas acusações são contrárias a tudo o que fez e defende".
"Mas reconheço que as ações que admiti em tribunal hoje foram equivocadas e, através de minha fé em Deus, estou a trabalhar para fazer o que é correto".
"Aceito a responsabilidade plena pelos meus atos", concluiu.
A investigação desenvolvida pelo procurador especial Robert Mueller refere-se à alegada interferência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e o possível envolvimento de outros altos funcionários da Administração Trump no caso.
A decisão de Flynn de cooperar com Robert Mueller indica que o general reformado poderá desempenhar um papel na expansão dos esforços para desvendar o possível envolvimento de altos funcionários de Trump e talvez do próprio Presidente na interferência da Rússia na campanha presidencial.
Michael Flynn foi investigado em vários casos, incluindo o seu trabalho de ‘lobby’ em nome da Turquia, mas o fato de ser acusado apenas por fazer declarações falsas já indicava que estava a cooperar com a investigação de Mueller em troca de indulgência.
Michael Flynn foi conselheiro de segurança nacional de Trump durante 24 dias em janeiro e fevereiro, quando o Presidente o demitiu por ocultar ao vice-presidente, Mike Pence, os seus contactos com o embaixador russo em Washington, Sergey Kislyak.
Entretanto, a Casa Branca veio já minimizar o papel de Flynn no governo de Donald Trump, explicando que o general era um "ex-funcionário de Obama", cita a AFP.
A admissão de culpa de Michael Flynn não afeta ninguém além dele próprio, afirmou esta sexta-feira o advogado da Casa Branca. "Nada na admissão de culpa ou nas acusações envolve ninguém mais que o senhor Flynn", destaca Ty Cobb.
Comentários