Mark Steven Domingo, de 26 anos, ex-soldado de Infantaria do Exército, que combateu no Afeganistão e professava a fé muçulmana, foi detido na sexta-feira e é acusado de planear detonar "um improvisado artefato explosivo com o objetivo de causar baixas em massa".

O ex-militar foi preso por um polícia disfarçado quando recebia o que pensava ser uma bomba, que utilizaria contra uma manifestação em Long Beach no fim de semana.

"Esta investigação desmantelou com sucesso uma ameaça muito real planeada por um militar com experiência de combate, que reiteradamente afirmou que pretendia causar o maior número de baixas", disse o promotor federal Nick Hanna.

"Este foi um caso no qual as forças de segurança puderam identificar um homem consumido pelo ódio e decidido a assassinar em massa para detê-lo antes que pudesse realizar o seu ataque", destacou Nick Hanna.

"É um caso criminal que revela um arrepiante plano terrorista desenvolvido nos últimos dois meses e que visava americanos inocentes...".

Domingo foi acusado de "planear e agir para criar uma arma de destruição em massa para cometer homicídio em grande escala".

O ex-militar manifestou na Internet e a fontes do FBI o seu apoio à "violência jihadista, o seu desejo de represália contra os ataques contra muçulmanos e que queria tornar-se um mártir".

O plano era detonar a bomba durante uma manifestação de supremacistas brancos convocada para o domingo em Long Beach, evento que acabou por não se realizar.

Lealdade ao EI 

Domingo expressou o seu apoio ao grupo jihadista Estado Islâmico (EI) e afirmou que lhes juraria lealdade, segundo declaração da fonte confidencial que colaborou com o FBI na sua detenção.

"Os Estados Unidos precisam de outro Las Vegas para terem uma amostra do terror que com gosto espalham por todo o mundo", escreveu Domingo sobre o atirador Stephen Paddock, que deixou 58 mortos e dezenas de feridos ao disparar de um hotel contra um festival de música country.

Após avaliar várias possibilidades, incluindo ataques contra judeus, igrejas e polícias, Domingo decidiu-se  pela manifestação de supremacistas brancos de domingo, que não ocorreu.

Depois do ataque a duas mesquitas na Nova Zelândia, no dia 13 de março, que deixaram 50 mortos, Domingo escreveu: "Precisa de haver vingança".

O ex-militar pediu a um amigo - que colaborou com as autoridades - que lhe apresentasse um fabricante de bombas, e comprou centenas de pregos para uma granada de fragmentação.

Baseado nas publicações online, um agente disfarçado do FBI iniciou contactos com Domingo, que levaram a diversos encontros diretos.

Durante o seu primeiro encontro com o agente disfarçado, em 28 de março, Domingo discutiu possíveis alvos do seu ataque e falou em disparar do seu carro com uma AK-47 ou usar explosivos.