Al-Bashir, que subiu ao poder na sequência de um golpe de Estado em abril de 1989, foi destituído e preso pelo exército em 11 de abril em Cartum, após um inédito movimento de contestação desencadeado em dezembro após ter triplicado o preço do pão.

“O Ministério Público anunciou ter terminado todos os inquéritos relacionados com a ação [na justiça] emitida contra o Presidente deposto Omar al-Bashir pelos procuradores anticorrupção”, indicou a Suna.

Ao citar um responsável não identificado, a agência indicou que Al-Bashir foi acusado de “posse de divisas estrangeiras, de ter adquirido riquezas de forma suspeita e ilegal e de ter ordenado o estado de emergência”.

A prisão de Al-Bashir não acalmou o movimento de contestação, que exige ao Conselho militar que assumiu o poder – e já reprimiu os protestos com um balanço de mais de 100 mortos –, que o transfira para os civis.

Entre as reivindicações dos manifestantes inclui-se ainda o julgamento de Al-Bashir e dos principais responsáveis do seu regime.

Em 02 de maio, o procurador-geral do Sudão, Al-Walid Sayyed Ahmed, ordenou o interrogatório do antigo homem forte do país “em virtude das leis sobre branqueamento de dinheiro e financiamento do terrorismo”, segundo a Suna.

Em 21 de abril, o chefe do conselho militar, general Abdel Fattah al-Burhane, afirmou que o equivalente a mais de 113 milhões de dólares (99,8 milhões de euros) foi recolhido em dinheiro líquido na residência de Al-Bashir em Cartum.

O Sudão regista uma das mais elevadas taxas mundiais de corrupção e está colocado no 172º lugar, entre 180 países, segundo o relatório 2018 da Transparancy International.