Weinstein, de 70 anos, já se encontra a cumprir uma sentença de 23 anos de prisão, após a sua condenação em Nova Iorque, em 2020, por acusações semelhantes e das quais recorreu.

A defesa do ex-produtor também recorreu da condenação de hoje em Los Angeles, noticiou a agência France-Presse (AFP).

“Afirmo que sou inocente. Nunca violei ou agredi sexualmente Jane Doe 1”, destacou Weinstein, referindo-se à modelo italiana que chorou em tribunal enquanto o ex-produtor falava.

Esta mulher, identificada apenas como Jane Doe 1, contou em tribunal como aquele crime mudou a sua vida: “Eu estava animada com o meu futuro. Tudo mudou depois do réu me agredir brutalmente. Não há sentença de prisão longa o suficiente para desfazer o dano”.

A juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Lisa B. Lench, proferiu hoje a sentença depois de rejeitar uma moção dos advogados de Weinstein para um novo julgamento.

Em 19 de dezembro de 2022, Weinstein foi a considerado culpado de violação e duas agressões sexuais, quase metade das acusações pelas quais havia sido processado por quatro mulheres, no final do seu julgamento em Los Angeles.

Os jurados, no entanto, consideraram-no inocente das acusações de uma segunda mulher e não emitiram um veredicto sobre as acusações de outras duas.

Weinstein que produziu sucessos premiados como “Pulp Fiction” (1994) ou “O Artista” (2011), já tinha sido condenado em Nova Iorque, em 2020, a 23 anos de prisão por ações semelhantes.

A queda desta figura do cinema em 2017 libertou as vozes de muitas mulheres e gerou o movimento #MeToo.

Neste segundo julgamento, quatro mulheres testemunharam anonimamente contra Weinstein.

A defesa do ex-produtor procurou lançar dúvidas sobre a palavra das quatro queixosas, destacando em particular a ausência de provas forenses para apoiar as suas histórias.

Após a condenação criminal do ex-produtor, a modelo, reconhecida como vítima no final do julgamento, apresentou queixa no início de fevereiro, num tribunal de Los Angeles, para obter uma indemnização civil, embora não tenha sido especificado o valor reclamado.

Em 2021, um acordo civil tinha concedido 17 milhões de dólares (cerca de 16 milhões de euros) a várias dezenas de mulheres que acusavam o ex-produtor, mas esta mulher não era uma delas.

Rumores sobre o comportamento de Weinstein circulavam há anos em Hollywood, com o escândalo a ‘rebentar’ finalmente em 2017, graças às investigações da imprensa que compilaram várias acusações.

Desde então, quase 90 mulheres, incluindo Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow e Rosanna Arquette, acusaram Harvey Weinstein de assédio, agressão sexual ou estupro.

Além dos processos criminais nos Estados Unidos, o ex-produtor também é acusado no Reino Unido por agressões sexuais que datam de 1996.

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