No processo, que é o segundo esta semana de um ex-funcionário da polícia federal (FBI, na sigla em inglês) a contestar as razões do seu despedimento, avança-se que a exclusão de McCabe fez parte de um plano de Donald Trump para retirar do FBI os líderes que considerava como desleais para consigo.
Na queixa sustenta-se que os dois dirigentes responsáveis pela demissão e posterior despedimento de McCabe — o diretor do FBI, Chris Wray, e o antigo procurador-geral (equivalente a ministro da Justiça) Jeff Sessions — criaram um pretexto para o forçar a sair, como era a vontade do Presidente.
“Trump exigiu ao queixoso obediência pessoal, procurou retaliar quando o queixoso recusou dá-la, e Sessions, Wray e outros comportaram-se mais como cumpridores da vontade de Trump do que como os principais responsáveis da nação pela aplicação das leis, obedecendo aos caprichos ilegais de Trump em vez de honrarem os seus juramentos de defender a Constituição”, escreveu-se no processo.
A queixa federal também avançou que o FBI e o Departamento de Justiça desviaram-se de práticas consagradas, com Wray a recusar-se a dizer a McCabe por que o estava a despedir e um advogado senior do Departamento de Justiça a garantir ao próprio causídico de McCabe que “iriam maquilhar (o caso) à medida que fossem avançando”.
McCabe foi despedido em março de 2018, depois de se apontar num relatório da inspeção-geral do Departamento de Justiça que tinha, repetidamente, distorcido o seu envolvimento em revelações à comunicação social sobre uma investigação do FBI à Fundação Clinton.
McCabe negou qualquer má conduta e adiantou que quando sentiu que as suas respostas tinham sido mal interpretadas, procurou corrigi-las.
Na terça-feira, o antigo agente especial do FBI Peter Strzok, despedido por ter enviado mensagens de correio eletrónico críticas de Trump, também avançou com um processo judicial. Argumentou que o FBI tinha cedido a uma “pressão incessante” de Trump para o despedir.
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