"A nova data para a execução foi marcada para 13 de janeiro de 2027", indica um comunicado do governador de Ohio, Mike DeWine, que baseia a decisão nos "problemas dos fornecedores farmacêuticos em fornecer drogas ao Departamento de Reabilitação e Correção de Ohio".
Em abril, a execução já tinha sido adiada para 2026, pelas mesmas razões. Desde 2018 que o estado não realiza nenhuma execução da pena capital.
Um número crescente de empresas farmacêuticas tem vindo a recusar fabricar a injeção letal que é administrada nas execuções em prisões.
LaMar, de 54 anos, foi condenado à pena capital pelo homicídio de cinco presos e de um agente penitenciário num motim em abril de 1993 na prisão onde já cumpria pena. Afirmou que o julgamento estava repleto de irregularidades como a destruição de provas e a ocultação de informação que provava a sua inocência. Sempre negou a culpabilidade e passou a maior parte dos últimos 30 anos a aguardar execução em isolamento num presídio de segurança máxima em Ohio.
"Três anos podem passar num piscar de olhos, por isso vamos redobrar os nossos esforços e a nossa energia para resolver até ao fim esta loucura de uma vez por todas", disse LaMar numa mensagem enviada à AFP, na qual agradeceu aos que o apoiaram e lhe incutiram "a fé e a crença de que coisas melhores ainda são possíveis".
Preso desde os 19 anos pelo homicídio de um amigo numa disputa que envolveu drogas na década de 1980, LaMar garante que, depois do motim, as autoridades penitenciárias pediram-lhe que denunciasse os responsáveis em troca de uma redução de pena, o que se negou a fazer.
LaMar, que escreveu um livro a contar a sua história e a reclamar inocência, lutou pela reabertura do seu caso e para ger um julgamento justo.
"Quando é pobre e negro num país racista, é um pobre condenado", disse numa entrevista à AFP do corredor da morte no ano passado.
Nos dois últimos anos, ocorreram reviravoltas no caso. Além de uma equipa de advogados tentar reabrir o processo, um grupo de músicos de jazz - a música que o salvou nos confins da sua solidão - realizou uma campanha para exigir "Justiça para Keith LaMar".
Por telefone, no corredor da morte, LaMar gravou um disco com a banda do espanhol Albert Marqués e participou de numerosos espetáculos que o conjunto realizou em países como Espanha, França, Chile e em diversas cidades dos Estados Unidos, como mais um integrante do grupo.
"Continuemos a pedir justiça, estamos quase lá", reforçou LaMar na sua mensagem.