O PP chegou a um compromisso com o Vox para a formação do novo governo regional em Castela e Leão para garantir a presidência de Alfonso Fernández-Mañueco (PP).
O acordo entre os dois principais partidos da direita espanhola foi alcançado alguns minutos antes da constituição das cortes de Castela e Leão (parlamento regional), quase um mês depois das eleições de 13 de fevereiro nesta comunidade autonómica de Espanha que faz fronteira com o nordeste de Portugal.
O compromisso prevê que o Vox ocupe a presidência do parlamento regional, assim como a vice-presidência do governo de coligação e três ministérios do executivo presidido por Alfonso Fernández-Mañueco.
A entrada num executivo regional do Vox contrasta com a situação, por exemplo, na região da Andaluzia, onde a extrema-direita dá apenas o seu apoio parlamentar ao governo regional de coligação entre o PP e o Cidadãos (direita-liberal).
O PP ganhou as eleições em Castela e Leão com 31 mandatos, mais dois do que tinha, mas longe do objetivo da maioria absoluta, dependendo do Vox, com 13 eleitos, para governar.
O Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), com 28 mandatos, menos sete do que os que obteve em 2019, tinha proposto ao PP a sua abstenção no parlamento regional para que aquele partido não dependesse da extrema-direita.
Minutos depois de ter tomado conhecimento do pacto governamental entre o PP e o Vox em Castela e Leão, o PSOE criticou o candidato a presidente nacional do PP Alberto Núñez Feijóo e questionou se o muito provável novo líder tem um perfil moderado.
O secretário da organização do PSOE, Santos Cerdán, acusou Feijóo de abrir as portas do governo à extrema-direita: "A moderação do Feijóo foi esta", escreveu ele numa mensagem na rede social Twitter.
O PP está a atravessar um processo de substituição do atual líder, Pablo Casado, por um novo presidente, o galego Alberto Núñez Feijóo, que deverá ser eleito num congresso extraordinário em 01 e 02 de abril em Sevilha.
O Partido Popular domina há 35 anos a região de Castela e Leão, a maior das comunidades espanholas (ligeiramente maior do que o território português) e ao mesmo tempo aquela que tem menos população em termos relativos (25 habitantes por quilómetro quadrado), com um total de cerca de 2,4 milhões de pessoas.
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