A informação, em comunicado, é divulgada um dia depois de a PSP ter entrado na Faculdade e detido três estudantes. Os ativistas disseram então, num comunicado mas também em declarações à Lusa, que foram detidas porque duas estavam a dar uma palestra sobre ação climática e a outra estava a gravar.

Hoje, no comunicado a Faculdade escreve: “Alega-se que estaria a decorrer no momento uma palestra, que a intervenção policial interrompeu, querendo sugerir que a intervenção era uma forma de coartar a liberdade de expressão. Ora, não estava prevista ou agendada qualquer palestra para aquele espaço ou qualquer outro. O que aconteceu foi um improviso por partes dos ativistas, destinado a criar uma situação propícia à narrativa de que se tentava limitar a sua liberdade de expressão”.

O comunicado refere que desde segunda-feira que há uma “nova vaga” de manifestações sobre o clima, com ações que incluem formas de bloqueio da atividade, incluindo a de quarta-feira, com a instalação de cartazes e tendas no anfiteatro principal, e pessoas sentadas a impedir o acesso ao espaço onde iam decorrer aulas.

“Perante a recusa de facilitar o acesso, foi de novo solicitada intervenção das autoridades. É nessas circunstâncias que a autoridade policial fez a intervenção que teve como conclusão a detenção das ativistas, segundo o julgamento e o protocolo de atuação da entidade”, justifica a Universidade.

Para os responsáveis da faculdade, o direito à manifestação e a expressão de opinião nunca foi posto em causa, acrescentando-se que numa sociedade democrática e aberta “existem regras de vida comum, incluindo regras sobra a manifestação pública, e direitos e deveres aplicáveis a todos”.

Diz a Universidade que as opiniões dos estudantes em causa não estiveram, não estão e não estarão em causa; “mas antes e só a adequação das suas condutas às regras” da sociedade já que “nenhum diretor pretende a intervenção das autoridades policiais para reposição do funcionamento” da escola.

O comunicado é assinado pelo diretor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa, Telmo Mourinho Baptista, e por Luís Miguel Carvalho, diretor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.