“Estamos a trabalhar abaixo dos mínimos, mas com um esforço muito relevante por parte de quem está e que […], na esmagadora maioria das situações, a resposta é dada de forma atempada e o socorro é atempado e de forma célere”, disse Sérgio Janeiro, em declarações aos jornalistas na sede do INEM em Lisboa.
De acordo com o responsável, o CODU conta em média com cerca de 45 profissionais, “tanto no atendimento como no acionamento, como na receção de dados”, quando “o ideal seria entre 70 e 80 [profissionais] a nível nacional só para o atendimento”.
Sérgio Janeiro esclareceu que a situação é “provocada pelo défice [de pessoal] nos quadros e está gravada nestes dias pela greve”.
“No dia-a-dia, já temos habitualmente um número muito abaixo do que é desejado. O grande afluxo de chamadas é entre as 10 da manhã e as 14:00 e estamos a tentar mobilizar internamente os técnicos que estavam a exercer outras funções. Neste momento, estamos a alocá-los ao CODU”, salientou.
Aos jornalistas, Sérgio Janeiro indicou ainda que o INEM está “a averiguar a possibilidade de pessoas que já foram técnicos de emergência pré-hospitalar e que, entretanto, se tornaram técnicos superiores poderem também colaborar nas escalas”.
“É preciso reforçar 24 horas por dia, mas estamos a fazer um esforço suplementar para que estes períodos do turno da manhã, em que o afluxo de chamadas é maior, haja um maior número de pessoas a atender”, realçou.
Sobre as medidas imediatas que o INEM pretende implementar no curto prazo, como criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos, o presidente do instituto disse desconhecer o impacto que terão, mas garantiu que serão “monitorizadas diariamente”.
“Não consigo precisar o impacto que estas medidas irão ter. Vão ser monitorizadas diariamente. Tenho a certeza que com mais profissionais a atender chamadas e quanto mais motivados estiverem melhor será o serviço”, observou.
Sérgio Janeiro assinalou que entre terça-feira e hoje “o tempo médio de espera esteve à volta dos dois minutos”.
“Está muito longe de ser o ideal. Não é de todo o nosso objetivo e estamos a trabalhar muito para diminuir esse número, para nunca entrarmos na situação de contingência em que a triagem é abaixo do ideal”, considerou.
O presidente do INEM explicou que o organismo está “a ver em termos tecnológicos” o que “é preciso averiguar ao nível da compatibilização de alguns sistemas informáticos”, para saber “as possibilidades reais do sistema” de triagem.
“O nosso objetivo é que, em situações excecionais em que o tempo de atendimento […] se avizinha excessivo, haja um atendimento automatizado que possa fazer uma pré-triagem baseada em questões simples e possa tornar essa chamada mais prioritária para ser atendida no CODU, ou transferir, em algumas situações, para o SNS24”, vincou.
Em relação à entrada em vigor do sistema, Sérgio Janeiro afirmou que o INEM está a trabalhar em conjunto com a linha SNS24, esperando que “seja o mais brevemente possível”.
“Nós vamos tentar ainda esta semana ou na próxima”, sustentou.
O INEM anunciou hoje um conjunto de medidas de contingência para otimizar o funcionamento dos CODU, agravado pela greve dos Técnicos de Emergência Pré-hospitalar (TEPH) às horas extraordinárias, sem fim previsto, que tem “pontualmente condicionado o nível de resposta”.
Além do reforço do dispositivo de emergência médica com ambulâncias de socorro sediadas em corpos de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa, anunciado na terça-feira, o INEM vai agora colocar em prática um conjunto de medidas que vão permitir concentrar a atividade dos TEPH nos CODU e meios de emergência, em detrimento de atividades não prioritárias.
Uma dessas medidas passa pela criação de uma triagem de emergência para chamadas com espera de três ou mais minutos.
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