O cortejo 'motard' começou pouco depois das 10:00 no Vale das Almas, local da concentração junto à praia de Faro, “entupindo” os principais acessos rodoviários à capital algarvia, por momentos cortados ao trânsito e sob vigilância de dezenas de agentes policiais.
No desfile de encerramento de mais uma edição daquela que é considerada a maior concentração de motos da Europa, estiveram representantes de quase todos os motoclubes do país, bem como motociclistas vindos de vários países europeus, com Espanha a registar, mais uma vez, um elevado número de participantes.
A edição deste ano, que teve reforço policial, sobretudo da Unidade de Intervenção da Guarda Nacional Republicana (GNR), após as detenções, em Portugal, de mais de 50 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels, decorreu “sem incidentes ou acidentes de que resultassem feridos graves”, disse à agência Lusa o tenente Samuel Afonso da GNR.
No evento internacional estiveram inscritos cerca de 17 mil motociclos, estimando a organização em cerca de 30 mil as pessoas que durante os quatro dias participaram na festa do Vale das Almas, convertido num acampamento para os amantes de motociclos.
“Este ano tivemos um registo de participantes superior ao do ano passado”, disse à Lusa Paula Brito, da organização, acrescentando que “não houve qualquer registo de acidentes graves, repetindo-se assim o sucesso do ano passado”.
A par do reforço policial, o comando territorial de Faro realizou “uma operação de segurança de grande visibilidade” dirigida aos motociclistas, automobilistas e público que participou na concentração internacional.
A edição de 2018 decorreu após a Polícia Judiciária ter detido, na semana passada, 58 elementos do grupo de motociclistas Hells Angels em Portugal (a que se soma um outro na Alemanha), por indícios de associação criminosa, tentativa de homicídio, roubo, ofensa à integridade física, posse e tráfico de armas proibidas e tráfico de droga.
Dos 58 detidos em Portugal, o Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa determinou na quarta—feira prisão preventiva para 39 arguidos e apresentação periódica às autoridades para os restantes 19.
Os arguidos que ficam em liberdade estão proibidos de sair dos concelhos das respetivas residências e participar em concentrações ‘motards’.
A coordenadora da Unidade Nacional de Combate ao Terrorismo, Manuela Santos, assumiu em conferência de imprensa que a operação policial de desmantelamento do grupo, a 11 de julho, teve em conta a realização do encontro de Faro e a possibilidade de ajustes de contas entre grupos rivais.
A organização da Concentração de Motos de Faro afirmou por sua vez que pretendia manter a segurança habitual no recinto.
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